A polícia municipal de Maputo prometeu pronunciar-se hoje sobre a polémica em torno do negócio ″Boleia Paga″ que agravou a escassez de transporte, levando ao atraso dos estudantes da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e de alguns trabalhadores que usam a Avenida Julius Nyerere para chegar ao trabalho.
Tudo começou há uma semana quando a polícia municipal surpreendeu os operadores deste serviço na Praça dos Combatentes, vulgarmente conhecida por Xiquelene, onde rebocou alguns veículos por estarem a operar sem autorização.
As viaturas apreendidas faziam transporte entre Xiquelene e a praça do Destacamento Feminino ao longo da avenida Julius Nyerere, ajudando os estudantes da UEM e os trabalhadores que usam aquela via para chegar ao seu destino.
Em conversa com alguns operadores, “Carta” constatou que os proprietários dos veículos apreendidos são pessoas que por alguma razão perderam emprego e com o pouco que tinham conseguiram adquirir um carro para ajudar na crise do transporte. Outros são reformados e viúvas que encontram naquele negócio o ganha pão para sustentar os seus filhos.
Os proprietários dizem ainda que não prestam aquele serviço para enriquecer, mas, sim, para ajudar muitos utentes daquela via que se deparam com a falta de transporte, para além de que dependem apenas do autocarro que por vezes demora a passar.
“Nós ganhamos muito pouco, apenas o suficiente para pôr o pão na mesa, cobramos entre 20 a 25 Mts, dependendo da distância. Socorremos mais os estudantes da UEM que conseguem chegar mais cedo na escola. Já fizemos vários pedidos à Câmara Municipal de Maputo para licenciar o nosso transporte, mas nunca tivemos nenhuma resposta”, frisam.
''Para reavermos os nossos carros, dizem que só será possível mediante o pagamento de uma multa de 15 mil Mts e sem se esquecer do valor do parqueamento que é cobrado diariamente''.
Entretanto, uma fonte do Município de Maputo descartou o licenciamento do transporte naquele ponto por se tratar de um local com rotunda e principalmente porque existe muita gente que insiste em montar o seu negócio nas proximidades da estrada, o que aumenta ainda o perigo dos utentes. (Carta)