A cimeira terá lugar num momento especialmente delicado para o continente em questões relacionadas com a insegurança e as perturbações económicas. Os últimos dois anos trouxeram guerras civis mortais na Etiópia, conflitos no leste da República Democrática do Congo, além da Somália, Moçambique e outros países que continuam a combater insurgentes jihadistas.
O continente também está a lidar com o stress económico causado pela pandemia da Covid-19 e pela interrupção da cadeia de suprimentos global, já que os países enfrentaram pressões inflacionárias desde o fim de 2021 devido à guerra Rússia-Ucrânia, com riscos de mais dívidas.
Os líderes africanos têm reiterado a necessidade de reverter a dependência dos países ocidentais, fortalecendo o comércio intra-africano, que deve ser impulsionado pela plena operacionalização da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA).
No topo da agenda também estão as discussões sobre o posicionamento da África para a resiliência climática por meio de esforços deliberados para impulsionar a adaptação climática e obter o financiamento necessário por meio de diferentes estruturas implementadas. Já se passaram 10 anos desde a elaboração e adopção da Agenda 2063 que é considerada a bíblia do continente para alcançar o desenvolvimento pretendido.
As Comores vão assumir a presidência da União Africana em 2023, passando do Senegal para uma nação insular pela primeira vez. (Carta)