Os salários dos professores com base na Tabela Salarial Única (TSU) começaram a cair na semana finda, entretanto, continuam a gerar insatisfação por parte da classe. Nesta terça-feira, professores da Escola Secundária Nelson Mandela, na Mozal, província de Maputo, paralisaram as aulas e decidiram não se fazer às salas de aula onde deviam estar a controlar as avaliações finais que decorrem em todo o país.
Em conversa com a “Carta”, os professores afirmam que a greve iniciou ontem, quando os mesmos decidiram por unanimidade não se fazer às salas de aulas, mas pouco tempo depois, foram sensibilizados e foram controlar as provas.
Entretanto, nesta terça-feira, decidiram de novo não controlar os testes como forma de pressionar o Governo para a resolução das incongruências salariais.
O grupo diz por exemplo que só naquela escola são vários os professores que receberam os seus salários com base na Tabela Salarial Antiga e, depois de reclamar, foram informados que foi uma falha do sistema e poucos receberam os seus salários com base na TSU.
"No nosso grupo existem professores que nem tiveram os seus salários do mês de Outubro e quando procuramos os Gestores dos Recursos Humanos da nossa escola dizem que a situação só poderá ser resolvida ainda este mês, o que significa que só teremos os nossos salários no fim de Novembro”.
“Carta” soube que, para não comprometer os exames finais, a directora da escola convocou todo o corpo directivo, contínuos, entre outros, para controlar as avaliações.
Porém, a Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, disse na última sexta-feira que os professores com problemas ligados à nova Tabela Salarial Única (TSU) devem procurar os gestores dos recursos humanos para a regularização da situação e apelou à calma dos professores.
A Assembleia da República convocou o Governo para um debate urgente esta quarta-feira, sobre o risco de paralisação da Função Pública, num contexto de forte contestação devido à Tabela Salarial Única. (Marta Afonso)