As Forças Locais da aldeia Liché, posto administrativo de Ntamba, distrito de Nangade, admitem terem morto numa emboscada 18 terroristas que no dia 27 de Outubro, das 17 às 20:00 horas, atacaram aquela comunidade, onde queimaram mais de duzentas palhotas e quase todos os estabelecimentos comerciais, tendo saqueado os bens, entretanto, sem registo de vítimas mortais.
Um membro da força local que pediu para não ser identificado disse à “Carta” que o grupo de atacantes, de mais de 30 elementos, alguns dos quais se comunicando em língua Kimwani (falada em alguns distritos costeiros de Cabo Delgado), caiu na emboscada por volta das 21:00 horas, pouco depois de ter deixado a aldeia carregado de muitos bens na cabeça.
“Na quinta-feira, fizeram tanto escândalo, das 17 às 20:00 horas, tinham roubado tudo, cabritos, arroz e mais... mas nós estávamos em posição, entraram, matamos muitos, inclusive o chefe deles chamado Machude. Entretanto, nós não tínhamos muito armamento”, contou o elemento da força local, para depois acrescentar que outros terroristas saíram feridos.
Os mortos foram contabilizados no dia seguinte (28), no mesmo dia que, em resposta às baixas sofridas, os terroristas voltaram a atacar mais uma vez a aldeia Liché em menos de 24 horas, obrigando o abandono total da população para Ntamba-sede e para o centro de acolhimento de Mualela.
No segundo ataque, que iniciou às 23:00 horas, conforme explicou o elemento da força local, os terroristas foram com mulheres, para simular uma conversa, como forma de convidar as pessoas a regressar à aldeia, mas a estratégia não funcionou, uma vez que a população já se tinha refugiado para os esconderijos.
No sábado e manhã deste domingo, o mesmo grupo atacou os centros de produção de Muhia e Mbuyuni, onde segundo fontes decapitaram um cidadão junto de um poço, localmente denominado por Nampula e raptaram várias pessoas. (Carta)