Maria De Coppi foi assassinada nesta semana, no distrito de Memba, em Nampula, quando os terroristas atacaram a missão de Chipene, Diocese de Nacala, tentou resistir. Um áudio de uma testemunha, que circula nas redes sociais e que está na posse da "Carta", sugere que, quando os terroristas chegaram às instalações onde estavam as irmãs, pediram que todas saíssem, mas a irmã Maria De Coppi resistiu, tomando rumo em direcção à capela, e foi neste momento que os terroristas atiraram contra ela na cabeça.
A irmã María De Coppi, 84 anos, de origem veneziana e no país desde 1963, foi morta a tiros, provavelmente ao deixar a ala feminina da paróquia. Dois padres, Don Lorenzo Barro e Don Loris Vignandel, conseguiram escapar e logo se juntaram ao Bispo de Nacala, Monsenhor Alberto Vera Arèjula.
Os rebeldes incendiaram a missão em Chipene. O grupo armado já se aproximava da missão mas há meses não atravessava o rio Lúrio, fronteira natural com a província de Cabo Delgado, cenário de violência perpetrada pelos grupos rebeldes. Grande parte das estruturas da missão foram queimadas, incluindo as obras paroquiais, o dormitório e a sala de informática recém-inaugurada, enquanto as residências onde os missionários haviam sido refugiados foram salvas.
Entretanto, um comunicado emitido pela congregação das Irmãs Missionárias Combonianas, no fim da tarde desta quarta-feira, lamenta a morte e destaca o contributo da irmã Maria De Coppi nas causas da Igreja. A irmã Maria De Coppi vivia em Moçambique há 59 anos e passou pelas missões de Anchilo, Meconta, Alua e Chipene na província de Nampula e Balama em Cabo Delgado.
Uma das frases célebres da irmã Maria De Coppi é: "procuro estar perto das pessoas, sobretudo ouvindo o que me dizem. Apesar da pobreza material, ouvir os outros continua a ser um grande dom". "Rezamos pelo descanso eterno de nossa irmã", é a mensagem de condolências de Enza Carini, Secretaria Geral dos Combonianos Missionários: "Certamente intercederá pelo povo de Moçambique e pela paz neste país que tanto amou". (Carta)