Continua o braço-de-ferro entre o Município de Maputo e os vendedores do Mercado de Peixe. Nesta quarta-feira, os vendedores voltaram, uma vez mais, a realizar uma marcha pacífica até ao espaço onde se encontrava o antigo Mercado, que hoje está a receber grandes infra-estruturas.

Desta vez, a manifestação teve a devida autorização, mas no meio da marcha, a Polícia e os vendedores desentenderam-se e no local foi lançado gás lacrimogêneo porque autoridades entenderam que os manifestantes estavam a protagonizar actos de vandalismo.

Chegados ao local onde funcionava o antigo Mercado, os manifestantes continuavam a gritar, reivindicando o seu antigo espaço que alegam não pertencer ao Município de Maputo.

“Nós adquirimos este espaço em 1978 e hoje o Município resolveu nos tirar daqui. Tudo que queremos agora é conversar com os donos da obra para saber deles quem foi a pessoa que comprou e quem vendeu o espaço”, referem os manifestantes.

“A polícia só chegou e começou a nos dispersar sem saber quais são as nossas intenções. Nós temos nossas preocupações que pretendemos expor ao dono da obra, mas a polícia está a barrar-nos e não permite que haja essa comunicação”, explicam.

Refira-se que, na semana finda, o Presidente do Município de Maputo, Eneas Comiche, exonerou a Administradora do novo Mercado do Peixe por conta do barulho associado ao Antigo Mercado e explicou aos vendedores que o espaço do Antigo Mercado pertence ao Município e o mesmo pode fazer dele o que bem entender, não havendo aqui direito para alguma compensação pela retirada dos vendedores para outro local. (Marta Afonso)