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quarta-feira, 24 agosto 2022 06:47

Cerca de 16 milhões de pessoas no Corno de África sem água potável

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O número de pessoas sem acesso à água potável no Corno de África, concretamente na Etiópia, Quénia e Somália, subiu de 9,5 para 16,2 milhões, em apenas cinco meses. O alerta foi emitido nesta terça-feira, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A situação de urgência humanitária afecta ainda crianças da região do Sahel.

 

“As crianças no Corno de África e no Sahel poderão morrer em número muito elevado, caso não seja prestada assistência com muita urgência, numa altura em que a subnutrição grave e o risco de doenças transmitidas pela água se sobrepõem”, avança a organização numa altura em que se comemora a Semana Mundial da Água.

 

Entretanto, dados anteriores revelam que quando os níveis elevados de subnutrição aguda grave em crianças ocorrem ao mesmo tempo com os surtos de doenças mortais como a cólera ou a diarreia, a mortalidade infantil aumenta de forma drástica.

 

“Quando a água não está disponível ou não é segura, os riscos para as crianças multiplicam-se exponencialmente. No Corno de África e no Sahel, milhões de crianças estão apenas a uma doença de distância de uma catástrofe”, refere a directora-executiva da UNICEF, Catherine Russell, apontada no comunicado.

 

O documento refere ainda que mais de 2,8 milhões de crianças nas duas regiões (Corno de África e Sahel), “já sofrem de subnutrição aguda grave, o que significa que correm até 11 vezes mais o risco de morte por doenças transmitidas pela água, do que as crianças bem nutridas”.

 

A organização acrescenta que dispõe apenas de 3% do financiamento necessário para dar “assistência vital e serviços multisectoriais resilientes às crianças e às suas famílias que precisam urgentemente de ajuda em todo o Corno de África e no Sahel”.

 

“Deste montante, a verba destinada à assistência em matéria de água, saneamento e resiliência climática é muito reduzida. O apelo para a resposta às necessidades das crianças e famílias vulneráveis em matéria de água, saneamento, e programas de higiene na região do Sahel central está financiado apenas em 22%”, garante a organização. (Marta Afonso)

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