A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) aprovou ontem o relatório da auditoria aos ficheiros que serviram para elaborar os cadernos eleitorais, revelando que está em conformidade e classificado como “bom”, sem divulgar o conteúdo.
Na passada sexta-feira, o porta-voz da CNE disse que o órgão promoveu uma auditoria aos ficheiros e à solução tecnológica do processo eleitoral, após várias críticas da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), principal partido da oposição angolana, prometendo que o relatório seria tornado público.
A dois dias da realização das eleições, Lucas Quilundo anunciou que o relatório foi hoje aprovado em sessão plenária, mas não deu esclarecimentos sobre os conteúdos.
“O plenário apreciou e aprovou o relatório, tendo como conclusão essencial, por parte da empresa que auditou esses dois instrumentos, numa escala de zero a cinco, atribuiu a classificação de ‘bom’ pelo que a auditoria está em perfeitas condições e em consonância com os princípios que regem a organização”, a nível da gestão e proteção de dados, disse o responsável da CNE.
A auditoria à solução tecnológica e ao Ficheiro Informático de Cidadãos Maiores (FICM) foi realizada pela empresa italiana Intellera, que venceu o concurso público internacional de prestação deste serviço, em que participaram, segundo a CNE, oito empresas e que decorreu em março.
Sobre o que foi auditado em concreto, Lucas Quilundo nada disse, escusando-se a responder às perguntas dos jornalistas, indicando apenas que a auditoria não visou excluir ou expurgar elementos que constem da base de dados, designadamente eleitores mortos.
“Visou aferir a sua conformidade aos princípios que regem a realização de qualquer auditoria a esse tipo de ferramentas”, declarou.
Em declarações à Lusa, Horácio Junjuvili, o mandatário da UNITA junto da CNE, adiantou que o relatório contém “imensas imprecisões “ e que não continha data, o que impede de saber quando foi feito, como e em que condições.
Adiantou ainda que estiveram presentes o presidente da CNE, bem como os comissários eleitorais e quatro mandatários de partidos políticos, mas estes não tiveram acesso ao relatório.(Lusa)