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quarta-feira, 27 julho 2022 09:07

Há atraso salarial na função pública, mas Governo nega o facto

Vários funcionários da função pública queixam-se do atraso no pagamento do salário referente ao mês de Julho, mas o Governo diz que não é verdade.

 

Esta terça-feira (25), o Governo negou haver atraso no pagamento de salários na função pública. Falando no briefing a jornalistas, à margem da 25ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, a vice-Ministra da Economia e Finanças, Carla Louveira, disse que o pagamento do salário não está atrasado e que decorre dentro dos prazos. Entretanto, num outro desenvolvimento admitiu haver demora em alguns casos.

 

“Normalmente o pagamento de salários tende a iniciar no dia 15 de um determinado mês e pode estender-se até ao dia 29, dependendo da celeridade do sistema de pagamentos. Nós entendemos que o pagamento de Julho está a decorrer dentro dos prazos. Não entendemos que haja atrasos. Pode-se ter dado o caso de um e outro não ter recebido no momento, previamente estabelecido, mas está dentro do prazo do calendário tradicional do pagamento de salários”, afirmou Louveira. 

 

Refira-se que o atraso no pagamento do salário de Julho deixa alguns funcionários públicos e agentes do Estado (num universo de 285 mil) mais agastados depois de o Governo congelar parcialmente, na semana passada, a implementação da TSU na função pública.

 

Mas “Carta” contactou perto de 10 funcionários públicos, dos sectores da comunicação, saúde, educação e forças armadas, tendo estes afirmado que o salário de Julho ainda não caiu nas contas, mas deveria ter já sido pago, pois geralmente é processado (naqueles sectores) de 15 a 26 de cada mês.

 

Para o cúmulo, os funcionários não sabem quando precisamente poderão receber, bem como as razões que explicam o facto de o ordenado não ter caído nas contas, senão especulações (não confirmadas) que dão conta que o Governo perdeu as tabelas antigas, com a implementação, embora parcial, da Tabela Salarial Única (TSU).

 

O agravante é que, com o elevado custo de vida, alguns funcionários já não dispõem de recursos financeiros para ir ao local de trabalho para além de falta de poder para pagar tantas outras despesas, como o cabaz alimentar, água, energia, saúde, propinas, televisão, comunicação, etc. (Evaristo Chilingue)

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