É mais um crime público (violência doméstica), protagonizado por um agente da autoridade. O militar em causa é acusado de maus tratos à esposa, de 22 anos de idade, com a qual vive em regime de união de facto há 15 meses no bairro Muatala, arredores da cidade de Nampula, maior centro urbano da região norte do país.
Trata-se de Carlitos Manuel, que durante o seu trabalho na província de Cabo Delgado, concretamente na sede do distrito de Metuge, conheceu Madalena José, deslocada do distrito de Macomia, com a qual estabeleceu uma relação amorosa.
Mas de lá para cá, Madalena vive momentos de muita dor e angústia, devido à violência física protagonizada pelo próprio marido que a levou à unidade comunal de Minicane, com promessa de garantir não apenas o amor, mas também a protecção.
A vítima, que está grávida, decidiu denunciar às autoridades as violações que sofre todos os dias, sobretudo quando o militar chega em casa bêbado. Esta terça-feira, a Opentha, uma organização de apoio a mulheres e raparigas em Nampula, organizou uma marcha de repúdio à violência, que culminou nas instalações da Academia Militar de Nampula.
Empunhando manifestos e panfletos, as mulheres e raparigas exigiram à Direção Social da Academia Militar Marechal Samora Machel a responsabilização do Sargento, lembrando que, no fim da sua formação, jurou defender a Pátria, incluindo homens e mulheres.
A Associação Opentha defendeu que o repúdio público não só visa chamar atenção às Forças Armadas de Defesa de Moçambique, para responsabilizar o Sargento, mas também a todos aqueles que violentam as mulheres. A vítima também exige a responsabilização do Sargento e pede que sejam criadas condições para que regresse à casa dos seus pais, que ainda se encontram no distrito de Metuge.
Por sua vez, a Direcção de Assuntos Sociais da Academia Militar Marechal Samora Machel prometeu deter o Sargento para que a vítima esteja em segurança e dar seguimento a outras diligências. (Carta)