Nas vésperas do debate contraditório (marcado para o dia 2 de Junho, quinta feira) da providência cautelar interposta pela lista do advogado Salim Omar, a qual suscitou o adiamento das eleições marcadas anteriormente para o passado dia 20 de Abril, uma nova tensão emergiu no seio da comunidade: uma grave acusação de prática de “usura” contra o actual incumbente, Saleem Karim, que dirige a organização há 12 anos, 7 dos quais sem prestar contas e 2 fora do mandato.
Ele é acusado de violar preceitos da religião e, por isso, de não ter postura para dirigir uma associação religiosa como aquela.
A "usara", dar por emprestado dinheiro em contrapartida de juros, é estritamente proibida pelo islão. Mas, alegam, Karim está a usar fundos da própria comunidade para praticar a usura. Evidências facultadas à "Carta" mostram um depósito a prazo no valor de 12 milhões de Meticais, investido, em Abril deste ano, num banco comercial da praça, para render juros de 14 a 20 % ao ano.
O caso está a agitar os meandros mais tradicionais da comunidade, com figuras contestando veementemente essa prática, sobretudo porque os fundos provêm de uma conta aberta para acolher as contribuições do Zakaat, as quais se destinam a caridade.
Por regra religiosa, todos os muculmanos devem contribuir com 2.5% do seu capital anual para efeitos do Zakaat. Mas, ao invés de aplicar para ajudar mesquitas e crentes necessitados, Saleem Karim está praticando uma prática severamente condenada e proibida na história do Islão. (Carta)