Apesar dos inúmeros ultimatos emitidos pelos Governos distritais de Mocímboa da Praia e Muidumbe para o regresso de todos funcionários e agentes de Estado, a verdade é que a retoma ao trabalho continua sendo feita de forma tímida.
Um dos exemplos dessa lentidão vem do distrito de Muidumbe, localizado na zona central da província de Cabo Delgado, onde mais da metade dos funcionários e agentes de Estado ainda não regressam aos seus postos de trabalho.
Na última sexta-feira, o Secretário de Estado da província de Cabo Delgado, António Njanje Taimo Supeia, esteve em Namacande, na sede distrital de Muidumbe, onde constatou a presença apenas de 350 funcionários e agentes de Estado, de um total de 900 existentes naquele distrito.
A insegurança continua sendo apontada como uma das principais causas do lento regresso dos funcionários àquele distrito, que voltou a ser vítima de ataques terroristas. Contudo, Supeia mostrou-se confiante no regresso de todos funcionários, na medida em que as Forças de Defesa e Segurança forem a melhorar a segurança no distrito.
Entretanto, enquanto os funcionários e agentes de Estado continuam acantonados, a população não muda o desejo de voltar à casa. Depois da aldeia Muatide, agora é a vez das aldeias de Namacande (sede distrital), Matambalale e 24 de Março registarem a presença da população, dois anos depois de terem sido abandonadas.
No entanto, refira-se que os recentes ataques verificados no distrito de Macomia, que faz limite com Muidumbe, e no distrito de Palma vieram levantar novas dúvidas sobre a estabilidade nos distritos afectados pela insurgência em Cabo Delgado e cristalizar a ideia, segundo a qual, é cedo e propagandístico cantar vitórias no combate ao terrorismo. (Carta)