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BCI
terça-feira, 19 fevereiro 2019 06:42

Capacidade de abastecimento de água ao grande Maputo reduzida para 80%

A Região Metropolitana de Maputo  (Marracuene, Maputo Cidade, Matola e Boane)  tem registado nos últimos cinco anos uma fraca precipitação, com origem nas prolongadas secas na zona sul do país, províncias de Maputo e Gaza em particular. Tal fenómeno voltará a acontecer este ano, o que reduzirá para 80% a capacidade de abastecimento de água à regiäo.

 

Na opinião dos operadores do sector de águas, Moçambique enfrentou a “pior seca nos últimos 30 anos”. Devido ao reduzido volume do precioso líquido, a empresa Águas da Região de Maputo só consegue distribuir cerca de seis mil metros cúbicos por hora, correspondentes a uma satisfação de 60%, contra os 10 mil metros cúbicos/hora que seriam necessários. Esta quebra foi provocada pela existência de pouca água na bacia do rio Umbeluzi, onde se localiza a barragem dos Pequenos Libombos. Esta infra-estrutura é a principal fonte de abastecimento de água à zona do Grande Maputo.

 

De acordo com dados ontem tornados públicos em Maputo pelo director geral da empresa Ara-Sul, Hélio Banze, por falta de chuva nos últimos cinco anos a barragem dos Pequenos Libombos não consegue produzir água para um armazenamento acima dos 30%, o que equivale a 110 milhões metros cúbicos para uma albufeira que armazena cerca de 400 milhões cúbicos.

 

Restrições continuam

 

Neste momento, a barragem dos Pequenos Libombos tem capacidade para armazenar 82 milhões metros cúbicos. No entanto, para gerir aquela quantidade de água destinada ao abastecimento da Zona Metropolitana nos próximos 12 meses, Hélio Banze diz que “decidimos restringir a satisfação da demanda em 80%”, situação que irá manter-se até ao final da presente época chuvosa que termina em Março próximo.

 

O gestor da Ara-Sul referiu ainda que terminada a época hidrológica, no próximo mês será feita uma nova avaliação para se decidir sobre as medidas a serem tomadas visando o abastecimento de água nos meses subsequentes.

 

As restrições e falta de água no Grande Maputo afectam sobretudo os bairros periféricos, como é o caso de Chiango na cidade de Maputo, que mesmo com a rede instalada não tem água. Entre outros bairros atingidos incluem-se Machava e Tsalala na Cidade da Matola.

 

Facturação sem água

 

Apesar da falta de água e consequentes restrições, os consumidores abrangidos queixam-se do facto de receberem facturas para pagar mesmo sem terem beneficiado do precioso líquido fornecido pela Águas da Região de Maputo. Sobre essa matéria, o PCA (Presidente do Conselho de Administração) daquela empresa, José Ferrete, pede aos clientes para se dirigirem aos postos de atendimento a fim de informar sobre essa situação, pois só assim o pessoal da Águas da Região de Maputo poderá procurar soluções técnicas. “Só nos casos em que tecnicamente não for possível fornecer água a esses clientes é que nós optamos, como último recurso, por suspender a facturação”, frisou Ferrete.

 

Face à escassez de água, os operadores do sector apelam à população para o seu uso racional. (Evaristo Chilingue)

 

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