Há quase três anos que o Governo iniciou o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens armados da Renamo, mas a “empreitada” continua longe do fim.
Até Dezembro de 2021, por exemplo, apenas 3.267 ex-guerrilheiros da Renamo tinham sido desarmados, desmobilizados e reintegrados, num universo de 5.221 indivíduos, o que correspondia a uma realização de 63%. Também faltavam cinco bases da Renamo por encerrar, de um total de 16.
A lentidão com que o processo anda começa a preocupar a sociedade, assim como a Renamo, a formação política directamente afectada pelo processo. Há dias, por exemplo, o Presidente da Renamo, Ossufo Momade, revelou que os 36 elementos do seu partido, integrados na Polícia da República de Moçambique, ainda estavam em casa sem qualquer trabalho e muito menos subsídio. Aliás, a falta de subsídio é extensiva também a todos os desmobilizados do DDR.
Entretanto, o Chefe de Estado diz estar confiante que o DDR chegará ao fim e que nada irá “falhar”. Para Filipe Jacinto Nyusi, as reclamações apresentadas pela Renamo resultam de “sobressaltos” que se verificam no processo.
“Continuemos a preservar a paz, esta paz que nos está a trazer boas coisas. Ainda bem que a Junta Militar da Renamo está a entregar-se, está a aderir ao processo de DDR, que não vai falhar. Pode haver sobressaltos, mas estamos comprometidos para que termine com sucesso”, afirmou Nyusi, na última quarta-feira, durante a inauguração de uma agência bancária no distrito de Marrínguè, na província de Sofala.
“Apelamos sempre à paciência, porque aquilo que nós sempre fazemos temos que acarinhar, pois o processo está a ser conduzido por moçambicanos. Pode haver sobressaltos, mas não vai parar”, reiterou.
Refira-se que o DDR foi lançado a 29 de Julho de 2019, porém, sempre foi assombrado pelos ataques da Junta Militar da Renamo, por um lado, e pela falta de dinheiro, por outro, criando tensão entre o Governo e a Renamo. (Carta)