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Maputo -

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BCI
quinta-feira, 13 janeiro 2022 02:42

Jardim Zoológico de Maputo já era

O Jardim marcou gerações antes e depois da independência. Aos fins-de-semana era o destino predilecto da pequenada e até dos mais velhos que iam à busca de diversão e de lazer. Hoje perdeu o brilho e verde das plantas. Actualmente, existem apenas crocodilos, cobras e macacos. O resto foi-se com o tempo.

 

Fundado em 1929, por um grupo de veterinários portugueses congregados na Associação do Jardim Zoológico de Moçambique (AJZM), o Jardim Zoológico de Maputo foi criado para ser o reservatório das espécies de fauna e flora bravia de Moçambique e, desde 1978, passou para gestão do Conselho Municipal.

 

Hoje conta apenas com 13 funcionários, dos quais 10 homens e três mulheres, divididos pelos sectores de limpeza, manutenção, jardins e secretaria.

 

Nas décadas 80 e 90, era aprazível ver leões, avestruz e o "carismático" hipopótamo. O Jardim Zoológico já teve mais de 90 animais de diversas espécies, desde mamíferos, répteis e pássaros. Entretanto, oitenta e oito anos depois da sua fundação, o tempo levou grande parte da diversidade que conservava e agora restam apenas 39 animais, dos quais grande parte são macacos (três espécies, o cão, cinzento e asiático), um crocodilo e algumas cobras, que sobrevivem de doações de restos de comidas dos supermercados e hotéis, segundo afirmou o Chefe da Secretaria do Jardim Zoológico, Paulino Nhachengo.

 

O animado chimpanzé “João Tocuene”, actualmente eternizado por meio de uma imagem estampada na jaula onde viveu por muitos anos e que deve estar agora na casa dos 75 anos, foi transferido para África do Sul, numa reserva com melhores condições para a sua sobrevivência. 

 

As jaulas de ursos, leões, pássaros e outros animais provocam saudades a quem visita o Jardim, e hoje todo o espaço encontra-se cheio de lixo, árvores secas a caírem aos poucos e o lugar transformado numa reserva de abate de lenha pelas populações circunvizinhas.

 

Dos 90 hectares da área do Jardim, boa parte foi invadida por habitações do bairro de Inhagoia e parte do que resta está praticamente abandonado. Vê-se também uma mata, gaiolas abandonadas e pequenas infra-estruturas caindo aos poucos.(Marta Afonso)

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