A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) elogiou o Malawi, a África do Sul e o Zimbabwe por se comprometerem a fornecer alimentos para aliviar o sofrimento enfrentado pelos deslocados internos na Província de Cabo Delgado.
A informação consta num comunicado da Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC, realizada esta quarta-feira, em Lilongwe, no Malawi. A cimeira destinava-se a rever os progressos na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado, em Moçambique, onde os terroristas realizam ataques desde Outubro de 2017. A violência causou mais de 3.000 mortos e mais de 800.000 deslocados. De acordo com o site reliefweb, mais de um milhão de pessoas passam fome por causa do conflito.
O comunicado da SADC publicado no site da organização diz que o Malawi está entre os países que se comprometeram a fornecer alimentos a Moçambique.
“A Cimeira enalteceu os actos de solidariedade demonstrados sob a forma de promessas alimentares feitas pelas Repúblicas do Malawi, África do Sul e Zimbabwe para aliviar o sofrimento dos deslocados internos na Província de Cabo Delgado em Moçambique”, lê-se no comunicado.
A Cimeira também se congratulou com a iniciativa de convocar uma Conferência Internacional para apoiar a reconstrução económica e social da Província de Cabo Delgado e apelou aos parceiros internacionais de cooperação para apoiarem a iniciativa.
Os líderes regionais analisaram o relatório da Cimeira do Órgão Troika mais os Países Contribuintes de Pessoal (PCCs) e a República de Moçambique realizada a 11 de Janeiro de 2022 e elogiaram a liderança da SAMIM e as tropas pela condução das operações bem sucedidas e pelas conquistas registadas desde o destacamento da Missão em Julho de 2021.
Saudaram também os Estados-Membros que forneceram pessoal, equipamento e apoio financeiro, bem como promessas adicionais para o desdobramento da Missão da SADC em Moçambique.
“A Cimeira elogiou a Região da SADC pelo seu compromisso inabalável com a paz e segurança e por usar os seus próprios recursos na abordagem e combate ao terrorismo em Cabo Delgado, que é um precedente único no continente africano”, lê-se parte do comunicado.
O bloco regional alargou o mandato da missão militar por mais três meses com implicações orçamentais associadas e a SADC continuará a monitorar a situação no futuro.
A cimeira aprovou ainda o Quadro de Apoio à República de Moçambique no combate ao terrorismo que delineia, entre outras, acções para a consolidação da paz, segurança e recuperação sócio-económica da Província de Cabo Delgado.
Falando na abertura da cimeira, o Presidente Lazarus Chakwera, que também é líder da SADC, disse que o notável progresso feito pela missão da SADC em Moçambique trouxe esperança renovada às pessoas afectadas.
Chakwera instou os países da SADC a ficarem juntos na luta contra os insurgentes. “Nossa abordagem para esta missão deve continuar multidimensional e abrangente, não se deve concentrar apenas na neutralização da ameaça, mas também deve ter um plano pós-conflito para reconstruir”, disse Chakwera.(Carta)