Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

quarta-feira, 08 dezembro 2021 06:42

Ângela Leão não sofre de traumatismo craniano grave – conclui Hospital Geral de Mavalane

A clínica privada Clinicare, localizada na cidade de Maputo, pode ser processada pelo Estado moçambicano, alegadamente, por ter falseado os resultados do laudo médico da ré Ângela Leão, arguida do caso das “dívidas ocultas”. O referido laudo médico afirma que Ângela Leão sofre de traumatismo craniano complexo ou grave secundário.

 

Nesta terça-feira, no prosseguimento do julgamento que decorre no Estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança, localizado na província de Maputo, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo revelou que os resultados dos exames realizados no Hospital Geral de Mavalane concluíram que a ré não apresenta qualquer problema no crânio e que “tudo é normal”. Ou seja, a Clinicare mentiu.

 

Trata-se de um diagnóstico que coloca em causa o cenário debilitado apresentado pela esposa do antigo Director do SISE, no passado dia 29 de Novembro, quando esta caiu no Tribunal, tendo forçado a interrupção das audições dos declarantes a ela ligados, assim como a elaboração do novo calendário. O novo diagnóstico também coloca em causa a reputação da Clinicare, tal como dos seus profissionais.

 

Caso o terceiro teste a ser realizado confirme a falsidade do exame da Clinicare, Ângela Leão, assim como o médico que assinou o laudo e a Clinicare serão processados criminalmente pelo Estado moçambicano. Aliás, o juiz Efigénio José Baptista, que julga o caso das “dívidas ocultas”, avisara na última sexta-feira que seria instaurado um processo criminal àquela clínica privada e ao seu médico, caso os exames concluíssem que o exame é falso.

 

Em entrevista à STV, o Bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, Gilberto Manhiça, sublinhou haver espaço para a responsabilização do médico e da respectiva clínica, porém, esta será possível mediante uma reclamação a ser apresentada por entidades competentes.

 

Refira-se que, na semana finda, o Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP) desmentiu, em alto e bom som, as constantes declarações de “maus tratos”, que têm sido proferidas pela ré do caso das “dívidas ocultas” e seu advogado Damião Cumbana. Ângela Leão e Damião Cumbana chegaram a dizer que a direcção da antiga Cadeia Civil de Maputo, onde a ré está detida, criava dificuldades para que esta tivesse acesso ao tratamento médico, alegações refutadas pela entidade gestora do sistema prisional moçambicano que, na ocasião, apresentou 10 guias de autorização de saída à ré. (Carta)

Sir Motors

Ler 3964 vezes