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sexta-feira, 12 novembro 2021 06:19

Governo reconhece que subida do preço do combustível sufoca cidadãos

“Reconhecemos que a subida dos preços dos combustíveis no nosso país tem um impacto nas famílias moçambicanas e na nossa economia em geral”, afirmou nesta quinta-feira o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, durante a Sessão de esclarecimentos do Governo, na Assembleia da República, em torno da subida dos preços dos combustíveis no país.

 

Antes de chegar a essa afirmação, Do Rosário explicou que a subida dos preços no país deveu-se à variação dos preços do barril de petróleo no mercado internacional e, como consequência, os países importadores, como é o caso de Moçambique, vêem-se obrigados a reajustar os preços dos combustíveis a nível interno.

 

“A actual subida dos preços dos combustíveis nos mercados internacionais resulta, de entre outros factores, da crescente procura destes produtos, como consequência da retoma da actividade sócio-económica mundial após o alívio das medidas restritivas de prevenção e combate à Covid-19 que não foi acompanhada de um aumento dos níveis de produção de combustíveis pelos países produtores”, acrescentou Do Rosário.

 

Entretanto, com vista a atenuar o impacto da subida do preço dos combustíveis, a nível internacional, o Primeiro-Ministro lembrou, a título de exemplo, que, num passado recente, o Governo atribuía subsídios de compensação às gasolineiras como forma de mitigar os impactos da subida dos preços dos combustíveis na economia. Contudo, segundo Do Rosário, esta política generalizada de subsídios através das gasolineiras mostrou-se insustentável para a realidade da nossa economia.

 

“Foi na sequência disso que deixamos de conceder compensações ou subsídios às gasolineiras, o que permitiu que passasse a haver mais disponibilidade de recursos financeiros para serem aplicados em programas de maior impacto social, tais como transportes públicos de passageiros, saúde, educação, abastecimento de água, de entre outros”, afirmou o governante.

 

Ainda assim, o Primeiro-Ministro afirmou que o Governo continua a implementar diferentes medidas para assegurar a protecção do poder de compra das famílias moçambicanas. É neste contexto que, segundo Do Rosário, o Executivo continua a manter preços especiais de combustíveis para estimular a actividade agrícola e pesqueira, o que irá contribuir para maior disponibilidade de alimentos no mercado nacional.

 

“A par disso, a nossa aposta irá centrar-se também na melhoria da disponibilidade de transportes públicos urbanos de passageiros, em particular comboios e autocarros, bem como na massificação do uso de autocarros movidos a gás, como forma de mitigar os impactos do aumento dos preços de combustíveis nos custos dos transportes”, acrescentou a fonte.

 

No que diz respeito ao gás de cozinha, que ainda é um produto importado, à semelhança de outros combustíveis líquidos comercializados no país, o Primeiro-Ministro lembrou que o Governo tem vindo a promover a produção deste produto a nível nacional, no âmbito dos projectos em curso de exploração do nosso gás natural de modo a gerir melhor a disponibilidade deste produto no mercado interno e assegurar preços de venda mais estáveis.

 

“Neste âmbito, iniciou, no presente ano, a construção de unidades de produção de gás de cozinha na província de Inhambane, no âmbito dos projectos dos jazigos adicionais de Pande e Temane. Estes projectos vão assegurar a disponibilidade de 30 mil toneladas/ano de gás de cozinha até ao final do presente quinquénio”, concluiu Do Rosário.

 

O recente reajuste dos preços dos combustíveis foi mais drástico no Gás de Petróleo Liquefeito, gás doméstico ou de cozinha. Um quilograma equivalente passou dos anteriores 58,18 Meticais para 71,02 Meticais (mais 13 Meticais). Quer dizer que uma botija de 11 kg passa a custar 781,22 Meticais contra os anteriores 640 Meticais. Esse valor é proibitivo e, por conseguinte, o uso do GPL passou a ser um luxo no país, o que irá levar as famílias a recorrer à lenha e ao carvão, inimigos do meio ambiente.

 

Luxo passou também a ser o uso de gasolina cujo preço por litro passou de 62,50 Meticais para 69,04 Meticais, um aumento em 7 Meticais. Na terceira posição está o aumento do preço do petróleo de iluminação. Aqui, o preço por litro disparou de 43,24 Meticais para 47,95 Meticais, um acréscimo de quase 5 Meticais.

 

Com o último reajuste, vai ainda ser caro adquirir gasóleo cujo preço do litro subiu 4 Meticais de 57,45 Meticais para 61,71 Meticais. Por fim, o preço do gás veicular é que menos agravamento sofreu. Antes da última quinta-feira (21), um litro equivalente custava 30 Meticais, mas com o reajuste passa a custar 32 Meticais. (Evaristo Chilingue)

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