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quarta-feira, 22 setembro 2021 06:05

INSS quer deixar de ser accionista da CETA

Considerada como a vaca leiteira da CETA, que em tempos foi a maior empresa de construção civil de Moçambique, o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) acaba de anunciar sua pretensão de desfazer-se dos 20% de acções que detém na construtura. Numa comunicação aos accionistas, datada de 17 de Setembro, a que “Carta” teve acesso, o INSS diz que “não está em condições para a injecção de capital na sociedade sob forma de suprimentos diversos para suportar a empresa nos próximos 4 meses” e que “coloca à disposição as suas acções com vista a sair da sociedade”.

 

Por outro lado, o INSS solicita a realização de uma Assembleia Geral para a formalização da sua saída da sociedade”. A comunicação é assinada por Joaquim Moises Siúta, DG do INSS.

 

Depois de muitos anos nas mãos do Estado, a CETA foi comprada em 2011 pelo grupo Insitec, na altura com Celso Correia à cabeça. O valor não foi divulgado mas foi uma "compra integral" da CETA, no âmbito da qual Nelson Muianga foi indicado para presidente do seu Conselho de Administração. A aquisição foi justificada como estando "em linha com a estratégia da companhia de dotar a sub-holding da Insitec Constrói de um crescimento sólido, criterioso e consistente com as oportunidades do mercado".

 

Em 2015, quando chega ao Governo, Celso Correia decide livrar-se da Ceta e vende as acções da Insitect ao Grupo NEF (Nelson Muianga, Eugénio Abu-Bacar e Fulgêncio Matlombe). O NEF – Investimentos e Gestão de Participações Sociais (SA) adquiriu então 77,97 por cento das acções representativas do capital social da CETA, através de uma operação realizada pela Bolsa de Valores de Moçambique.

 

Em Abril de 2020, o grupo empresarial C. Mondego, SA, anunciou a compra de 67% das acções do NEF-Investimentos e Gestão de Participações Sociais, SA, compreendendo a construtora de obras públicas CETA e a produtora de betão e inertes RIBEMOZ. A gestão de topo dos dois grupos passou a ser liderada por Manuel Pereira e Nelson Muianga.

 

Aquando da entrada da Mondego na CETA, Manuel Pereira foi citado na imprensa a dizer o seguinte: “Moçambique precisa de ter um grupo nacional forte e capacitado na indústria da construção civil e obras públicas que responda às necessidades presentes e futuras do País. Serão precisas entidades nacionais fortes e habilitadas para participar nos grandes desafios do desenvolvimento do País”.

 

E agora vem a notícia da predisposição do INSS de deixar a CETA e que terá um imenso impacto sobre as capacidades da empresa em manter-se no mercado ou mesmo financiar-se na banca.(Carta)

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