O Governo disse ter recuperado, às 11 horas deste domingo (08), a vila de Mocímboa da Praia, que havia sido tomada pelos terroristas a 11 de Agosto de 2020. A operação ocorreu no âmbito da força conjunta Moçambique/Ruanda. O anúncio foi feito no final deste domingo, em Maputo, pelo porta-voz do Ministério da Defesa Nacional (MDN), o Coronel Omar Saranga, e acontece depois de a força ruandesa ter anunciado, no final da manhã de hoje, a recuperação da mesma de acordo com um "tweet" do jornal ruandês “The New Times".
“As Forças Conjuntas Moçambique-Ruanda controlam a vila de Mocímboa da Praia desde as 11 horas de hoje, 08 de Agosto de 2021, controlam as infra-estruturas públicas e privadas com enfoque para edifícios do governo local, porto, aeroporto, hospital, mercados, estabelecimentos de restauração, entre outros objectos económicos”, afirmou Saranga, em conferência de imprensa.
Ele sublinhou que as operações continuaram ao longo da tarde, "com o objectivo de consolidar o controlo sobre as zonas que prevalecem críticas, nomeadamente, alguns bairros periféricos e a zona onde se localiza a estação de tratamento de água".
Antes da recuperação da vila de Mocímboa da Praia, disse Saranga, os terroristas vinham perdendo terreno, fugindo das zonas onde exerciam relativa influência. A fonte destacou a recuperação pelas duas forças do troço Awasse-Diaca, no distrito de Mocímboa da Praia, como fundamentais para o "controlo situacional" da Vila de Palma e arredores.
Governo nega estar a reboque do Ruanda
Sobre a antecipação da força ruandesa no relato das incidências da guerra, o Coronel negou que o Governo de Moçambique esteja a reboque do Ruanda. “Nós como Governo falamos em forças conjuntas, nomeadamente FDS e ruandesas. Portanto só esta particularidade já diz que nós não estamos descoordenados. Significa que partilhamos a mesma informação. É verdade que poderá haver nuances da forma como o Ruanda apresenta e a forma como nós apresentamos. Mas esta [apresentação] é a perspectiva do nosso Governo”, esclareceu o Coronel. Mesmo perante a aparente descoordenação na comunicação, Saranga esclareceu que as FDS são quem comanda a força conjunta. (Evaristo Chilingue)