Entre o primeiro e segundo trimestres de 2021, o lucro do sector empresarial moçambicano registou uma ligeira melhoria, embora continue negativo. Dados disponíveis no quarto Índice de Robustez Empresarial, recentemente lançado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), relata que, entre os últimos dois trimestres, o lucro das empresas privadas passou de -753 Meticais por unidade empresarial (MZN/Un) para -619 MZN/ Un.
De acordo com o documento, a melhoria reflecte a tímida recuperação do volume de receitas em 3.1%, de 12,471 MZN/Un para 12,862 MZN/ Un, associada à redução dos custos de produção em cerca de 0.44%, de 13,360 MZN/Un para 13,301 MZN/ Un. Em geral, a CTA resume que a melhoria do lucro se deve, essencialmente, ao efeito combinado do aumento da receita e redução dos custos de produção.
Detalhadamente, o Índice relata que o aumento das receitas do sector empresarial no segundo trimestre de 2021 face ao primeiro trimestre justifica-se, por um lado, pelo alívio das medidas restritivas que haviam sido decretadas ao longo do primeiro trimestre, no âmbito dos esforços para a contenção da propagação da nova vaga da pandemia da Covid-19 e, por outro, pelo início da campanha de comercialização agrícola e da temporada de exportações de vários produtos, tais como camarão, algodão, castanha de caju, entre outros.
“Em conjunto, estes factores contribuíram para o aumento da capacidade de geração de receitas no sector empresarial, com enfoque para os sectores dos transportes e indústria que se beneficiaram grandemente do alívio das medidas restritivas de combate à pandemia da Covid-19, bem como do efeito da comercialização agrícola que resulta da sua ligação com o sector da agricultura”, acrescenta a fonte.
Quanto à redução dos custos de produção no segundo trimestre de 2021, o Índice da CTA explica que resultou da apreciação significativa do Metical face ao Dólar, em cerca de 20%, que se assistiu ao longo do período em análise.
Como consequência da tendência de apreciação cambial, a fonte observou que houve, no último trimestre, a redução do custo das matérias-primas importadas, aliviando ligeiramente a estrutura de custo das unidades produtivas, sobretudo as do sector industrial.
“No entanto, a subida das taxas de juros, que contribuiu para o agravamento dos custos financeiros, limitou a redução mais pronunciada dos custos”, sublinha a CTA.
Perante os factos relatados, a Confederação constatou que o Índice de Robustez Empresarial registou uma tímida melhoria no segundo trimestre de 2021 face ao primeiro trimestre, tendo subido de 28% para 29%, o correspondente a uma variação de cerca de 1pp.
“Entretanto, nota-se, igualmente, que o Índice de Robustez Empresarial registou uma redução em 6pp no II Trimestre de 2021 se comparado com igual período do ano anterior (2020), o que demonstra que o nível de actividade empresarial ainda se encontra abaixo do nível pré-pandemia”, conclui a fonte. (Evaristo Chilingue)