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BCI
terça-feira, 03 agosto 2021 03:07

Combate ao terrorismo em Cabo Delgado reforçado militarmente por terra, mar e ar

A chegada das Forças militares do Ruanda, Botswana e África do Sul ao Teatro Operacional Norte (TON), na província de Cabo Delgado, veio imprimir uma nova dinâmica militar e de combate cerrado aos terroristas que desde 2017 atacam os distritos do norte e centro de Cabo Delgado. A chegada daquelas unidades militares reforçou o combate ao terrorismo por terra, mar e ar.

 

Segundo escreve o Jornal sul-africano Mail & Guardian, na sua edição desta segunda-feira, as Forças de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF) mostraram a sua primeira presença pública e marítima em Pemba, no norte de Moçambique, durante o fim-de-semana, com a chegada da embarcação de ataque SAS Makhanda da marinha.

 

De acordo com a publicação, com este e os recentes sucessos das Forças de Defesa do Ruanda na Província de Cabo Delgado, o plano de batalha para livrar a área dos ataques insurgentes e brutais ficou mais claro.

 

No texto publicado, o Mail & Guardian diz que "o SAS Makhanda fará parte do pequeno contingente marítimo da brigada de intervenção da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, conhecida como Missão da SADC em Moçambique ou SAMIM". Citando alguns especialistas marítimos, o Jornal explica que a embarcação de ataque provavelmente tem um grupo de reacção marítima a bordo para agir contra qualquer embarcação suspeita que possa estar envolvida no contrabando ou no reforço dos insurgentes na área.

 

Mail & Guardian afirma que o primeiro contingente de veículos blindados da Brigada 43 SA, com base ao norte de Pretória, também foi visível, enquanto se movia pelo posto fronteiriço de Ressano Garcia em Komatipoort às primeiras horas do sábado. Camiões que transportavam veículos blindados Casspir, veículos de apoio e ambulâncias foram divulgados nas redes sociais.

 

"O comboio continha o primeiro dos veículos do batalhão de infantaria mecanizado da África do Sul e foi escoltado pela polícia militar moçambicana na sua viagem de cerca de 2.500 Km até Pemba. Duas das aeronaves de carga Hercules C130 da Força Aérea da África do Sul realizaram voos regulares entre a Base Aérea de Waterkloof em Pretória e Pemba nas últimas duas semanas, transportando soldados, equipamentos, munições e um contingente das Forças Especiais", revela o Jornal editado na África do Sul.

 

Outro aspecto reportado pela aquela edição é de que uma aeronave leve Cessna Caravan da Força Aérea chegou a Pemba na semana passada e sua tripulação montou uma base no aeroporto internacional de Pemba. A Caravana será presumivelmente usada para reconhecimento aéreo, tanto da costa como do interior quando a força SAMIM iniciar as suas operações para expulsar os insurgentes de Cabo Delgado.

 

Entretanto, o Mail & Guardian reconfirmou que "uma equipa de avanço da SANDF já está no Teatro de Operações Norte (TON) há mais de uma semana para montar o quartel-general da força maior. Esta força liderada pelo Major General Xolani Mankayi, ex-comandante da 43ª Brigada SA, que foi nomeado comandante da força da brigada de intervenção, em companhia com um general do Botswana que irá actuar como segundo comando.

 

De acordo com a publicação da terra do rand, a SANDF, aparentemente, decidiu seguir o exemplo do Zimbábue de não anunciar detalhes da contribuição de suas tropas para a força SAMIM maior.

 

No entanto, o porta-voz do presidente Emmerson Mnangagwa do Zimbabué, George Charamba, disse no Twitter que iria enviar discretamente os seus soldados para Moçambique.

 

Já o Brigadeiro-General Mafi Mgobozi, porta-voz da SANDF, confirmou, na semana passada, que as forças de defesa já começaram a mobilizar a sua contribuição para a Missão da SADC em Moçambique, mas não deu detalhes quanto às datas de desdobramento ou unidades de contribuição da África do Sul.

 

Portanto, o presidente Cyril Ramaphosa notificou, na semana finda, o parlamento que 1.495 soldados da SANDF fariam parte da brigada de intervenção e que a operação custaria inicialmente cerca de R984 milhões durante três meses.

 

Citando especialistas militares, mas sem identifica-los, Mail & Guardian diz que os mesmos concordaram que a duração provavelmente será estendida. A SADC planejou anteriormente que a força SAMIM terá em cerca de 3.000 soldados.

 

"Em 26 de julho, o presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, viu seu primeiro contingente de 296 soldados no Aeroporto Internacional Sir Seretse Khama esta semana. Um longo comboio de veículos de assalto blindados e outros caminhões de apoio também foi visto ao cruzar a fronteira entre o Zimbábue e Moçambique em Gôndola", escreve o Mail & Guardian.

 

Assim como, os veículos blindados de assalto das Forças de Defesa de Botswana foram transportados em camiões de transporte de baixo custo e passaram pelo distrito de Gôndola no sábado (31.07).

 

De acordo com o Presidente Mokgweetsi Masisi, o comandante-chefe das Forças de Defesa do Botswana, citado na publicação, saudou o seu contingente de soldados antes de partirem para Moçambique na semana passada.

 

As Forças de Defesa do Ruanda mataram 14 insurgentes em várias escaramuças com operações conjuntas dos ruandeses e das forças armadas moçambicanas.

 

O Jornal explica que o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse recentemente que pediu apoio ao Ruanda devido à sua experiência em operações de contra-insurgência. De acordo com especialistas militares, ficou claro que a Força de Defesa de Ruanda actuará como uma força de ataque mais agressiva na remoção dos insurgentes. As principais áreas e estradas anteriormente controladas pelos insurgentes foram reabertas após as operações dos ruandeses. (Carta)

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