O Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) aponta a reestruturação das empresas Petróleos de Moçambique (PETROMOC), Moçambique Celular (Mcel) e Telecomunicações de Moçambique (TDM), como casos de sucesso das reformas que o Governo tem vindo a levar a cabo nas empresas públicas ou participadas pelo Estado.
A autoridade aponta a PETROMOC por esta estar quase a sair da falência com a reestruturação funcional (financeira) que decorre naquela empresa há anos.
Por consequência dessa reforma, o Administrador Executivo do IGEPE, Raimundo Matule, avançou há dias que, depois de quase meia década, a PETROMOC registou, pela primeira vez, no ano passado, resultados líquidos positivos (lucros).
“A PETROMOC apresentou, pela primeira vez, nos cinco últimos anos, resultados líquidos positivos avaliados em dois mil milhões de Meticais, mercê da reestruturação que continua. Todavia, não vai distribuir dividendos porque, como manda o Código Comercial, é preciso primeiro resolver o problema dos resultados negativos acumulados”, afirmou Matule.
Falando em evento sobre reestruturação de empresas públicas, aquele gestor do IGEPE destacou também a fusão da Mcel e TDM (que criaram a Tmcel – Moçambique Telecom) como outro caso de sucesso na reforma de empresas públicas.
Para esse caso, Matule destacou a redução, com a fusão, do número de membros de Conselhos de Administração de ambas empresas extintas, de um total de 19 para três, incluindo o Presidente do Conselho de Administração. “Só isso é um resultado bastante feliz porque significa milhões de Meticais que foram poupados com essa fusão”, acrescentou a fonte.
O Administrador do IGEPE reconheceu, porém, que os ganhos da fusão da Mcel e TDM ainda são menores, mas avançou que a Tmcel também está em vias de produzir resultados líquidos positivos.
“O problema da Tmcel, que herdou da Mcel e TDM, é a dívida e o facto de não ter feito investimentos nos últimos sete anos, como consequência, a qualidade dos serviços baixou. Mas, com os investimentos e reestruturação financeira que estão a acontecer, garanto que dentro de três anos vamos sentir os resultados produzidos pela Tmcel”, disse Matule.
Para além das referidas empresas, aquele gestor público lembrou, durante o debate, que também decorre a reestruturação financeira da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) há dois anos.
A reestruturação financeira na EDM “resulta do facto de a empresa estar extremamente endividada. Parte dessas dívidas são as chamadas fundos de retrocessão. Mas tudo indica que vamos conseguir reestruturar a EDM financeiramente, através, por exemplo, da renegociação das taxas de juro, meticalização e retirada das dívidas do balanço da empresa”, explicou Matule.
Para além dessas medidas, a fonte reafirmou que a EDM deve, conforme consta do seu Plano de Negócios (2020 – 2024), reduzir perdas decorrentes do roubo de energia e do envelhecimento da infra-estrutura, principalmente de média e baixa tensão. (Evaristo Chilingue)