Zimbabwe revelou, última quarta-feira, que cidadãos do seu país foram presos durante o ataque dos insurgentes a Palma, Província de Cabo Delgado, no passado dia 24 de Março. O país vizinho avança que ainda não foi apurado o número de zimbabueanos presos. Sem se referir a possíveis decapitados ou desaparecidos, o governo do Zimbabwe diz que está a trabalhar com as autoridades moçambicanas para estabelecer o número de cidadãos zimbabueanos presos durante o ataque à vila de Palma em Cabo Delgado, a 24 de Março.
O anúncio foi feito pelo presidente Emmerson Mnangagwa, citado pelo jornal Herald. Mnangagwa, que é igualmente líder da Zanu FP, confirmou a informação ao discursar na sessão ordinária da comissão política na manhã desta quarta-feira em Harare.
“O Governo está actualmente a trabalhar com as autoridades moçambicanas para estabelecer o número dos nossos cidadãos presos durante o ataque a Palma, a 24 de Março de 2021”, disse o Presidente Mnangagwa. Esta é a primeira vez que o governo de Harare faz menção ao desaparecimento ou decapitação dos seus cidadãos pelos insurgentes durante o ataque a Palma sem, no entanto, dar outros detalhes.
Este desenvolvimento significa que cidadãos zimbabueanos podem estar entre as vítimas mortais. No entanto, Mnangagwa evita falar de zimbabueanos decapitados recorrendo ao termo presos. No passado dia 8 de Abril, Emmerson Mnangagwa participou em Maputo na cimeira da dupla Troika dos chefes de estado e de Governo da SADC, na qualidade de presidente cessante do Órgão para Cooperação em Política, Defesa e Segurança.
Dados oficiais indicam que, pelo menos doze estrangeiros foram decapitados pelos terroristas no ataque a Palma. A informação foi avançada por um oficial da polícia que não soube precisar a nacionalidade dos decapitados, mas acreditava que eram estrangeiros.
Os corpos foram enterrados recentemente no distrito de Palma, no mesmo local onde terá ocorrido a decapitação, nas proximidades do Hotel Amarula. O brigadeiro Chongo Vidigal, porta-voz do Teatro Operacional Norte, disse que uma equipa de médicos legistas será mobilizada com carácter de "urgência" para o reconhecimento dos corpos. (FI)