Enquanto uns gritam que o Recolher Obrigatório é inconstitucional, o Chefe de Estado vai mostrando quem manda e que não deixa vergar. Na sua comunicação à Nação desta segunda-feira, Filipe Nyusi anunciou o alargamento do Recolher Obrigatório, que já estava em vigor na região do Grande Maputo, para as restantes capitais provinciais do país. Aliás, esta foi a única novidade da noite.

O Chefe de Estado justifica a medida com o facto de estar-se a registar, nas últimas semanas, um crescimento da taxa de positividade ao nível das províncias, com destaque para Gaza, Sofala, Manica, Tete, Cabo Delgado e Niassa.

Assim, as cidades de Xai-Xai (Gaza), Inhambane (Inhambane), Beira (Sofala), Chimoio (Manica), Tete (Tete), Quelimane (Zambézia), Nampula (Nampula), Pemba (Cabo Delgado) e Lichinga (Niassa) juntam-se às cidades de Maputo e Matola e aos distritos de Marracuene e Boane no cumprimento do Recolher Obrigatório. Porém, desta vez será entre as 22:00 horas e as 04:00 horas.

“Decidimos ajustar o horário do recolher obrigatório (…) para facilitar que os trabalhadores dos estabelecimentos comerciais e de restauração, bem como os estudantes do ensino pós-laboral (ensino superior) possam ter acesso aos serviços de transporte público de passageiros e efectuar as respectivas ligações para chegar às suas casas”, afirmou Filipe Nyusi.

Refira-se que o alargamento do Recolher Obrigatório para as restantes capitais provinciais foi avançado, em Março último, pelo Epidemiologista e membro da Comissão Técnico-Científica, Avertino Barreto, em entrevista à STV.

“Não é para aliviar neste momento, nem um bocado e não podemos. Eu sou da opinião de que se deve manter o recolher obrigatório e mais, estender para algumas cidades que julgavam que a situação estava controlada, como Nampula, Beira e Quelimane”, recomendou, em Março último, dias antes de Filipe Nyusi dirigir-se à Nação, no âmbito da Covid-19. (Carta)