O crédito contratado pelo Governo de Moçambique ao Banco Mundial, no ano passado, atingiu 527 milhões de USD quase o valor emprestado em 2019, ano em que os empréstimos daquela instituição bancária mundial ao país dispararam em relação aos anos anteriores, ao atingir 560 milhões de USD.
Dados disponíveis no site do Banco Mundial, em Moçambique, mostram que se em 2017 a instituição só emprestou 104 milhões de USD, no ano seguinte, o gráfico indica um aumento para 525 milhões de USD, valor inferior aos 560 milhões de USD em 2019.
Se no ano passado a dívida contraída pelo Executivo mostrou-se inferior em relação a 2019, no presente ano fiscal de 2021, os empréstimos já se mostram altos. Situam-se acima dos 527 milhões de USD concedidos no ano passado, isto é, até Março corrente, o Banco Mundial já emprestou ao país 378 milhões de USD ao Governo moçambicano.
Em “Actualidade Económica de Moçambique: Preparação para Recuperação”, o Banco Mundial refere que embora Moçambique permaneça em situação de sobre-endividamento, toda a dívida que o país detém é avaliada como sustentável numa perspectiva futurística.
No documento, o grupo bancário mundial diz projectar-se que o valor actual da dívida pública externa (em percentagem do Produto Interno Bruto) permaneça acima do limiar prudente a médio prazo. Contudo, prevê-se que os rácios caiam para baixo dos limiares até 2029, com a contribuição da produção do Gás Natural Liquefeito (GNL) para o crescimento, e exportações e receitas fiscais superiores.
A nossa fonte sublinha, porém, que os rácios de sustentabilidade da dívida melhoram mais rapidamente quando se exclui a dívida da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), braço empresarial do Estado no negócio de hidrocarbonetos no país.
A melhoria da sustentabilidade da dívida, explica o documento, deve-se ao facto de a dívida externa total a médio prazo ser em grande parte impulsionada pelos empréstimos contraídos pela ENH para financiar a sua participação no capital dos megaprojectos de GNL, e pela emissão de garantias soberanas à ENH para cobrir a sua parte no pacote de empréstimos para um dos projectos. (Evaristo Chilingue)