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terça-feira, 16 março 2021 04:14

Presidente da Renamo defende comissão para reconciliação em Moçambique

O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, defendeu ontem a criação de uma comissão para a reconciliação no país, considerando que o "povo moçambicano está cansado de guerras".

 

"Não podemos falar só da paz, mas também da reconciliação e, por isso, tenho pensado que era possível que pudéssemos criar uma comissão para reconciliação nacional", disse comunicação social Ossufo Momade.

 

Para o presidente da Renamo, o "povo moçambicano está cansado de guerras" e, por isso, a pacificação do país é "irreversível".

 

"A única saída é termos uma paz efetiva e uma reconciliação", frisou Ossufo Momade.

 

Durante 16 anos, Moçambique viveu uma guerra civil, que opôs o exército governamental e a Renamo, tendo terminado com a assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma, em 1992, entre o então presidente Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em maio de 2018.

 

Em 2013 sucederam-se outros confrontos entre as partes, durante 17 meses, e que só pararam com a assinatura, em 05 de setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Dhlakama e o antigo chefe de Estado Armando Guebuza.

 

Alguns anos depois, em 06 de agosto de 2019, assiste-se ao Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, o terceiro, assinado entre o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspetos, a Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.

 

O país volta a atravessar um período conturbado, marcado por conflitos armados no centro e norte.

 

Na região centro, a autoproclamada Junta Militar, um grupo dissidente da Renamo chefiado por um antigo líder de guerrilha do partido, tem protagonizado ataques armados, incursões que já causaram a morte de pelo menos 30 pessoas desde 2019.

 

No norte, em Cabo Delgado, as forças governamentais enfrentam há três anos uma insurgência armada que provocou uma crise humanitária com mais de dois mil mortos e 670 mil deslocados.(Lusa)

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