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terça-feira, 09 fevereiro 2021 04:28

Covid-19 ataca sistema penitenciário: Um recluso infectado na ex-Cadeia Central e cinco funcionários na ex-Cadeia Civil

Está instalado o pânico no Pavilhão 4, do Estabelecimento Penitenciário da Província de Maputo (EPPM), a ex-Cadeia Central da Machava, o maior estabelecimento prisional da província de Maputo. Um recluso testou positivo para o novo coronavírus, facto que deixa “apavorados” mais de 100 colegas do pavilhão.

 

Segundo as fontes, o indivíduo terá apresentado sintomas da Covid-19, porém, só seria levado ao hospital após quatro dias, onde viria a ser confirmada a infecção pelo novo coronavírus. Durante o período em que esteve doente, naquele local, o indivíduo manteve contacto com alguns reclusos que, por sua vez, mantiveram contacto com outros colegas do pavilhão, o que eleva o nível de alerta naquele estabelecimento penitenciário. Só esta segunda-feira, é que o mesmo foi colocado em isolamento.

 

De acordo com as fontes, caso se confirme a propagação do vírus naquele estabelecimento penitenciário, está à vista uma “catástrofe”, pois, as celas continuam lotadas, devido à resistência da direcção da cadeia em cumprir, na íntegra, o decreto dos indultos concedidos pelo Chefe de Estado. Referem que apenas 40% dos reclusos indultados, naquele estabelecimento penitenciário, é que se beneficiaram da medida.

 

Cinco funcionários infectados na ex-Cadeia Civil de Maputo

 

Já no Estabelecimento Penitenciário Preventivo de Maputo, ex-Cadeia Civil, cinco funcionários testaram positivo para o novo coronavírus, na semana finda. As fontes, neste estabelecimento penitenciário, referem que os infectados esconderam o seu estado clínico e realizaram, naturalmente, o seu trabalho e mantêm contacto com os colegas e reclusos.

 

De acordo com as fontes, um dos infectados é Chefe de um dos turnos, sendo, por isso, responsável pela contagem diária dos reclusos nos dois sectores: masculino e feminino. O indivíduo terá passado mal, durante o período de trabalho, tendo sido evacuado de emergência para uma das unidades sanitárias da capital do país. As fontes acrescentam haver falta de material de higienização há um mês, devido aos supostos desvios perpetrados por alguns funcionários.

 

SERNAP no “silêncio”

 

Esta segunda-feira, “Carta” contactou o porta-voz do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), Clemente Intsuamele, para confirmar a existência destes casos de Covid-19, assim como se inteirar do protocolo sanitário levado a cabo pela instituição.

 

À “Carta”, Intsuamele respondeu que não estava em condições de satisfazer o nosso pedido, pois, está de férias, tendo nos indicado a Directora de Saúde do Serviço Penitenciário, Cremilde Anli, que, infelizmente, não atendeu às nossas chamadas. (O.O. & M.A.)  

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