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terça-feira, 24 novembro 2020 04:18

Moçambique perde cerca de 2 biliões de USD com adiamento do FID da Exxon Mobil na Área 4

A petrolífera norte-americana, Exxon Mobil, e seus parceiros do Projecto Rovuma LNG (ou Mamba), na Área 4 da Bacia do Rovuma, projectaram 2020 como ano da sua Decisão Final do Investimento (FID, sigla em Inglês). Mas a pandemia da Covid-19, que desvalorizou o preço do gás natural no mercado internacional, levou a multinacional a recuar na sua decisão, para uma data ainda por anunciar, visto que a crise continua a criar incertezas no negócio.

 

Em Relatório e Contas de 2020, a Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos (ENH), braço empresarial do Estado nos negócios de hidrocarbonetos no país, afirma que o adiamento do FID daquela empresa e parceiros terá certamente um impacto nefasto para Moçambique. “Esta situação terá um impacto negativo para o país, pois, esperava-se cerca de 2 biliões de USD para o uso na economia moçambicana”, lê-se em relatório da ENH.

 

A ENH diz que o impacto é explicado pelo facto de com o adiamento do FID do projecto Rovuma LNG, previsto para o primeiro trimestre de 2020, as empresas registadas em Moçambique terem deixado de auferir a referida verba (montante acordado para a  aquisição de bens/serviços na economia nacional) em contratos de prestação de serviços e fornecimento de bens àquele projecto.

 

A Exxon Mobil adiou a decisão, em Abril último, seis meses depois de tomar a Decisão Inicial de Investimento de cerca de 520 milhões de USD, para actividades preparatórias do projecto, ou seja, até à fase inicial de construção da plataforma de Liquefacção do Gás Natural, a iniciar após o FID.

 

Quando se esperava que fosse no próximo ano, falando em seminário de gás havido em finais de Outubro último, o Director-geral da Exxon Mobil, em Moçambique, Jos Evens, mostrou incerteza, alegadamente porque a decisão dependerá de como o mercado se irá desenvolver nos próximos meses e anos.

 

O Projecto Rovuma LNG é executado pelo consórcio Mozambique Rovuma Venture (MRV), liderado pela Exxon Mobil e prevê produzir, liquefazer e comercializar gás natural de três reservatórios do complexo Mamba, localizado no bloco da Área 4 na Bacia do Rovuma, dois dos quais atravessam a fronteira com a vizinha Área 1. O Plano de Desenvolvimento do Projecto prevê uma produção de gás natural liquefeito (GNL) de 15,2 milhões de toneladas por ano.

 

O MRV é composto, para além da Exxon Mobil, pela Eni e CNPC, que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão para pesquisa e produção, Galp, KOGAS e a ENH E.P que detêm, cada uma, 10 por cento de interesse participativo. (Evaristo Chilingue)

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