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quarta-feira, 23 setembro 2020 06:56

“Contributo para a sociedade...e em especial ao sector da defesa”, Filipe Nyusi no lançamento da sua obra “Legado: Organizando-nos em Defesa da Pátria”

O Presidente da República, Filipe Nyusi, procedeu, esta terça-feira, ao lançamento da sua obra intitulada “Legado: Organizando-nos em Defesa da Pátria”. Para o autor, trata-se de um humilde “contributo para a sociedade” e em especial para o sector da defesa, assente na vontade de dar o melhor para o país.

 

Filipe Nyusi disse que não se trata de uma receita para resolver os problemas de hoje, mas sim um ponto de partida capaz de inspirar na resolução dos problemas pelos quais se debate o sector da defesa nacional. Alertou para a necessidade de a obra ter de ser lida de forma evolutiva, realçando que só assim é que ela não se tornará desajustada aos desafios de cada momento.

 

“A nossa vontade é de dar o nosso melhor para Moçambique. O nosso pedido é que a obra seja lida de forma evolutiva e em cada fase para que ela não se torne um dogma ou desajustada aos desafios de cada momento. Não é uma receita para resolver o problema de hoje. É uma base para inspirar-nos a resolver os problemas do sector da defesa nacional. E é assim que deve ser lido esse livro”, disse Filipe Nyusi.

 

A obra “Legado: Organizando-nos em Defesa da Pátria” retrata os seis anos (2008-2014) em que esteve em frente dos destinos do Ministério da Defesa Nacional (MDN), durante a liderança de Armando Guebuza.

 

Descrita como sendo uma obra não literária pelo prefaciador, no caso Agostinho Mondlane, que coadjuvou Filipe Nyusi no MDN, destaca as principais acções e conquistas do autor durante o período em que liderou aquele estratégico Ministério.

 

Aliás, o prefaciador, a quem coube, igualmente, a apresentação da obra, disse que a obra é “baseada em factos documentados, testemunhos diversos e nos próprios textos do autor, sobretudo em discursos proferidos em momentos especiais da sua trajectória em frente do sector da defesa”.

 

Entretanto, foi durante o consulado de Armando Guebuza, sabe-se, que foi urdido o projecto de Protecção da Zona Económica Exclusiva de Moçambique, que abriu o espaço para o nascimento das três empresas do calote, nomeadamente a EMATUM, PROINDICUS e MAM, que, em conjunto, contrataram no mercado internacional empréstimos de pouco mais 2.2 mil milhões de USD.

 

Os empréstimos contratados pelas três empresas, ao arrepio da Constituição da República e demais leis, abalaram a confiança do país junto dos principais parceiros de cooperação e afundaram as contas públicas, arrastando milhares de moçambicanos à sarjeta. Aliás, há registo de desaparecimento de 500 milhões de USD, durante o processo.

 

Refira-se ainda que foi no consulado de Nyusi que foram comprados os famosos aviões caça-bombardeiros MIG-21 (oito), cujo paradeiro é desconhecido.

 

A Armando Guebuza, Filipe Nyusi agradeceu pelo facto de o antigo estadista o ter convidado a integrar a sua equipa governamental, realidade que, tal como disse, abriu espaço para que desse o seu contributo no Ministério da Defesa Nacional.

 

Entre os êxitos, Filipe Nyusi destacou a recuperação das infra-estruturas e os respectivos equipamentos, a reforma legal (lei do Serviço Cívico e Lei do Serviço Militar) e o capital humano, através da permanente formação, capacitação e adequação dos conhecimentos adquiridos.

 

“Durante a minha passagem pelo MDN, dediquei minha concentração para que os depósitos materiais estivessem actualizados, aprendendo do passado (…). Assegurar que a caserna que já existia, a viatura, a arma que já tinha sido adquirida continuassem a produzir. Não tivemos muita possibilidade ou sorte de conseguir novos equipamentos, mas garantir que aqueles que nós encontramos voltassem a funcionar. Atenção especial demos ao capital humano (…)”, descreveu Filipe Nyusi.

 

Na sua intervenção, houve ainda espaço para endereçar agradecimentos a toda a equipa, desde as altas patentes até aos oficiais subalternos, que o acompanharam durante o período em que conduziu os destinos do Ministério da Defesa Nacional. À sua família (esposa e filhos), Filipe Nyusi agradeceu pelo apoio incondicional.

 

No que respeita à obra, Filipe Nyusi agradeceu, “de todo o coração”, a equipa que recolheu e organizou o material que corporiza o livro, encabeçada pelo conhecido historiador da praça, Egídio Vaz, e o Coronel Benjamim Chabualo.

 

“Quero, de todo o coração, reconhecer a equipa que tanto me pressionou para que este trabalho fosse hoje publicado. Falo do doutor Egídio Vaz e o Coronel Benjamim Chabualo. Eles recolheram e ordenaram o material que hoje completa esta humilde obra”, agradeceu. (I.Bata)

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