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quinta-feira, 03 setembro 2020 04:57

Governo distribui `kits´ de pesca na Ilha do Ibo

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural moçambicano, Celso Correia, distribuiu ‘kits’ de pesca à Ilha do Ibo, em Cabo Delgado, num investimento feito no âmbito do apoio da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN).

 

"Houve um investimento feito pela ADIN para assegurar 'kits' de pesca e esta é uma das ilhas [abrangidas]. [A Ilha do Ibo] tem cerca de três mil pescadores e uma parte deles passa a beneficiar de motores e outras artes de pesca que estão a ser disponibilizadas", disse Celso Correia, em declarações aos jornalistas.

 

O apoio à Ilha do Ibo enquadra-se nas ações a serem desenvolvidas pela ADIN, entidade estatal fundada para a promoção do desenvolvimento das três províncias da região norte de Moçambique, lançada na segunda-feira pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

 

Segundo o chefe de Estado, o apoio às vítimas da violência armada em Cabo Delgado é uma das funções da agência, que deverá também coordenar todas as ações das outras duas províncias da região norte do país, Nampula e Niassa.

 

A Ilha do Ibo é uma das regiões que foi severamente afetada pelo ciclone Keneth, que se abateu sobre Cabo Delgado em abril de 2019, provocando a morte de 45 pessoas, além de outras 250 mil afetadas.

 

A Ilha tem recebido centenas de pessoas vindas de distritos próximos que têm sido afetados pela violência armada em Cabo Delgado.

 

"Houve várias tentativas de os insurgentes entrarem [na ilha], mas as Forças de Defesa e Segurança em articulação com a comunidade têm conseguido manter e preservar um ambiente de ordem", disse Celso Correia.

 

O ministro afirmou que a Ilha vive agora numa "situação de paz e segurança", mas alertou que isso "não quer dizer que não haja ameaças".

 

A província de Cabo Delgado é alvo de ataques por grupos armados desde outubro de 2017, que já causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.

 

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

 

Várias entidades internacionais já classificaram os ataques como uma ameaça terrorista e algumas das ações foram reivindicadas pelo grupo extremista Estado Islâmico. (Lusa)

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