O sector da defesa despendeu, de Janeiro a Junho de 2020, 95,5% do orçamento alocado para o seu funcionamento, ao longo deste ano. Este dado consta do Relatório de Execução Orçamental, publicado semana finda, pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF).
De acordo com o documento, o sector da defesa gastou, no primeiro semestre deste ano, 10,183 milhões de Meticais, dos 10,668 milhões alocados para o ano inteiro, o que significa que o sector pode já não ter fundos para manter o seu funcionamento.
A execução representa um crescimento de 34,4%, relativamente ao igual período de 2019, em que, de Janeiro a Junho, o sector consumiu 5,177 milhões de Meticais, dos 8,471 milhões que tinham sido planificados, o que representava um crescimento de 61,1%.
Aliás, o documento refere que o primeiro “Pilar” do Plano Quinquenal do Governo (PQG), que corresponde ao reforço da Democracia, Reconciliação e Preservação da Unidade e Coesão Nacional, já gastou 84.5% do orçamento definido para este ano, tendo gasto, no primeiro semestre, 22,517.8 milhões de Meticais, dos 26,634.9 milhões de Meticais alocados para todo o ano.
Nos primeiros seis meses de 2019, este pilar consumiu 31,858.6 milhões de Meticais, dos 76,294.8 milhões de Meticais, o que correspondia a 41,8%.
Os ataques terroristas, que se verificam na província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, e os ataques militares que se verificam na zona centro do país, desde Agosto de 2019, podem estar na origem dos gastos (quase na totalidade) do orçamento alocado ao sector para este ano.
As Forças de Defesa e Segurança (FDS), lembre-se, foram postas à prova, este ano, com as recorrentes invasões às vilas-sedes dos distritos de Mocímboa da Praia (pelo menos três vezes), Macomia e Quissanga, nos quais, os terroristas destruíram diversos bens públicos e privados, para além de apoderar-se de diverso material bélico. (A.M.)