É já no próximo dia 27 de Julho que algumas Escolas Secundárias e Institutos de Formação de Professores, em todo o país, voltarão a abrir as portas, depois da suspensão das aulas presenciais no passado dia 20 de Março pelo Chefe de Estado, no quadro das medidas de prevenção contra o novo coronavírus.
Entretanto, avaliando pela evolução da pandemia no país (já foram diagnosticados 1.209 casos) e pelas medidas a serem tomadas pelo sector da educação, ao serem detectados casos de Covid-19 nas escolas ou na comunidade onde estas estão inseridas, tudo indica que o sucesso do retorno está condenado ao fracasso.
“As aulas serão interrompidas caso haja registo de casos positivos nas escolas e toda a comunidade escolar ficará em quarentena de 14 dias e a escola será sujeita à desinfecção. Por outro lado, se a escola estiver dentro de uma comunidade que regista um fluxo de casos positivos, as aulas também serão suspensas”, disse, esta segunda-feira, a Directora Nacional de Nutrição e Saúde Escolar, Arlinda Chaquice, à saída de uma reunião entre o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e os gestores das Escolas Secundárias da província de cidade de Maputo, com objectivo de avaliar o nível de preparação destas para o reinício das aulas presenciais.
Aliás, de acordo com a fonte, só o sucesso do regime experimental dos alunos da 12ª Classe é que poderá determinar o regresso dos alunos da 10ª, 7ª e 5ª Classes, previstos na segunda fase da retoma de aulas presenciais.
Segundo Arlinda Chaquice, como forma de garantir a segurança dos alunos, professores e demais funcionários das escolas, o sector da educação está a preparar kits de higiene, constituídos por máscaras (uma para o professor e duas para os alunos), cartazes escolares, javel, detergente em pó e baldes para conservação da água. Para tal, o MINEDH diz já ter distribuído os respectivos recursos financeiros em todo o país.
Na sua interacção com a comunicação social, Chaquice afirmou ainda que o MINEDH continua a enfrentar constrangimentos para transmitir todas as medidas de prevenção em todas as escolas. Entre os constrangimentos, estão os recursos humanos; a exiguidade financeira; e a falta de espaços físicos (salas de aulas) para albergar todos os alunos, à medida que as outras fases forem aliviadas.
A Directora Nacional de Nutrição e Saúde Escolar reiterou que nem todas as escolas que leccionam a 12ª classe poderão retornar às aulas no próximo dia 27 de Julho, devido à falta de condições adequadas de higiene. Acrescentou ainda que algumas disciplinas não serão leccionadas, como são os casos de Educação Física, Noções de Empreendedorismo e Agropecuária porque “exigem muito contacto entre os alunos”.
Referir que são cerca de 8.7 milhões de estudantes ficaram afectados pela paralisação das aulas, em todo o país. (Marta Afonso)