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BCI
sexta-feira, 10 abril 2020 06:52

Cabo Delgado: Militares privados sul africanos e Força Aérea moçambicana realizam ataques aéreos contra terroristas em Cabo Delgado

Os ataques são a mais recente tentativa de Maputo para derrotar a “insurgência” que vem ganhando terreno diariamente na província de Cabo Delgado, no norte do país. Helicópteros leves atingiram uma base dos jihadistas da Ahlu Sunnah wa Jamaa (ASWJ) na área de Mueda, na quarta-feira, e atacaram duas bases em Mbau e Awassi, no distrito de Muidumbe, na quinta-feira, segundo fontes militares.

 

Eles disseram que os ataques não incluem forças terrestres, embora isso possa ocorrer mais tarde. As fontes não revelaram se os ataques foram bem-sucedidos e se houve baixas infligidas aos “terroristas”, que recentemente intensificaram seus ataques na província, tomando, por horas, vilas, onde erguiam a bandeira do Estado Islâmico (IS), e conquistando a população local com bens e dinheiro saqueados.

 

A identidade precisa dos mercenários que participaram dos ataques desta semana não está completamente clara. No seu boletim na quinta-feira, Joseph Hanlon, um comentarista geralmente confiável sobre Moçambique, publicou uma fotografia que está sendo amplamente divulgada nas redes sociais, de um dos helicópteros supostamente usados ​​no ataque. Ele mostra alguém operando aquilo que fontes militares disseram ser um canhão de 20 mm, montado na porta da aeronave.

 

Hanlon identificou a tripulação do caça “registado na África do Sul” como membros da empresa militar privada russa Wagner, que teria entrado em Moçambique em Novembro sob contrato com o governo moçambicano para ajudá-lo a derrotar os “insurgentes”.

 

No entanto, duas fontes militares separadas disseram ao “Daily Maverick” que a Wagner já havia saído de Moçambique em Março depois de fracassar na sua missão e que o ataque aéreo de quarta-feira havia sido conduzido pela empresa de segurança privada Dyck Advisory Group (DAG), sediada na África do Sul e de propriedade do ex-coronel militar do Zimbábwe, Lionel Dyck, que se acredita estar próximo do presidente do Zimbábwe, Emmerson Mnangagwa.

 

As fontes militares disseram que os mercenários voaram na quarta-feira em três helicópteros para Pemba, na costa norte de Cabo Delgado - um helicóptero Gazelle, um Bell UH I "Huey" e um Bell 406 Long Ranger - e um diamante DA42 de asa fixa. Eles se juntaram a outra Gazelle e a uma transportadora de pessoal de asa fixa da Cessna Caravan, que havia chegado a Pemba no fim de semana.

 

A intervenção dos novos operadores militares privados segue a aparente retirada de Moçambique da empresa militar privada Wagner, que, segundo fontes de segurança, havia se chegado a Moçambique em de 2019, mas desistiu em Março após sofrer derrotas dos insurgentes.(Peter Fabricius, DM)

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