Quase 10 anos depois de ser criado (e com 8 de operações), o Banco Nacional de Investimentos (BNI) diz que já gerou lucros anuais consecutivos no valor global de 1.143 milhões de Mts, não obstante o ambiente macro-económico adverso; distribuiu dividendos ao accionista no valor total de 165 milhões a partir de 2014; aumentou o volume de activos em 144%; aumentou os capitais próprios em 33% com a incorporação de resultados não distribuídos de anos anteriores; concedeu financiamento ao sector produtivo no montante de 5 mil milhões de Mts (com destaque para o sector do agro-negócio e indústria) e registou indicadores regulamentares “bastante satisfatórios”, nomeadamente o rácio de solvabilidade (32.10%), rácio de liquidez de (185%), entre outros, indicando uma forte capitalização do Banco em relação a média do sector bancário.
O BNI foi constituído como um Banco de investimento moçambicano em Junho de 2010, tendo efectivamente iniciado suas operações em Janeiro de 2012, com um capital social de 2.240 milhões de Mts, equivalentes na altura a USD 70 milhões.
Em Dezembro do mesmo ano, o Banco passou a ser detido em 100% pelo Estado moçambicano, assumindo com isso também a missão de Banco de Desenvolvimento, e atingiu seu break-even point em 2014, fazendo pagamento de dividendos ao accionista no valor global de MT 165 milhões. Hoje, com cerca de 8 anos de operações, o banco traça um quadro altamente positivo.
Por causa da actual crise orçamental em Moçambique, o BNI não tem recebido dotações do Estado, recorrendo a empréstimos obrigacionistas para se financiar em Meticais e a linhas de crédito de seus parceiros internacioanis para se financiar em moeda externa. De acordo com fonte do BNI, o investimento do accionista viu-se valorizado com o aumento dos fundos próprios em cerca de MT 1.331 milhões (incremento de 33%), resultantes da incorporação do lucro não distribuído.
Com relação ao volume de financiamento à economia, o Banco gerou cerca de 5 milhões de Meticais, financiando empresas e projectos que criaram mais de mil empregos e auto-empregos, directos e indirectos em todo país, durante o período em análise, com destaque para o crédito ao sector de Transportes e Comunicações com 35%, Agro-processamento com 24%, em resposta aos objectivos definidos no Plano Quinquenal do Governo 2015-19.
Algumas áreas de financiamento
O BNI diz que tem estado envolvido em sectores cruciais como a comercialização da castanha de caju, seu processamento e exportação através de financiamentos concedidos aos maiores actores do mercado, no valor global de 20 milhões de USD. Parte significativa do valor destina-se à aquisição de matéria-prima (castanha de caju) dos pequenos produtores, contribuindo desta forma para o aumento da renda familiar, geração de empregos e de divisas para o país.
Também apoia na importação de fertilizantes para um dos maiores “players” do mercado, usando o porto da Beira como ponto de armazenamento e exportação. Cerca de 30% dos fertilizantes são destinados ao mercado local, e 70% para exportação. A fonte do banco acrescenta como emblemático o financiamento da expansão do sinal de comunicação (dados) para um dos maiores operadores de telecomunicações no valor global de 150 milhões de Mts, “permitindo o acesso mais alargado e com melhor qualidade dos serviços de dados às regiões de Tete, Nacala e Pemba”
Como resultado disso, seus principais rácios estão de boa saúde, nomeadamente o Rácio de Solvabilidade - principal indicador que mede a solvabilidade dum Banco -com um nível de 32.10% face ao mínimo exigido pelo Banco de Moçambique de 8%; e o Rácio de liquidez - que mede a capacidade do Banco de honrar com seus compromissos de curto prazo - fixado em 31 de Dezembro de 2018, em 185,44%, muito acima do mínimo regulamentar de 25%. Para além destes dois rácios, a Alavancagem financeira regulamentar (Fundos próprios/Activo total) – que mede o grau de capitalização do Banco, é actualmente de 54%, muito acima da média do mercado que se situa nos 17%.
Dinamizaçāo da economia rural e Oil and Gas
Em 2017, o Banco desenvolveu iniciativas para a dinamização da economia rural através da disponibilização de linhas de crédito destinadas ao empreendedorismo e a pequenas e médias empresas do sector agrário no valor global de 830 milhões Mts. Para o efeito, o Banco abriu uma agência em Tete para facilitar a sua actividade de concessão de crédito, acompanhamento da implementação dos projectos no terreno e avaliação do impacto dos mesmos sobre a comunidade.
Actualmente, refere, está em curso a implementação de uma linha de crédito no montante de 62 milhões de USD, em parceria com o FIDA (Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola) para o financiamento de empreendimentos rurais, projecto estruturante para a nossa economia com forte enfoque para as pequenas e médias empresas.
Por outro lado, o banco dispõe de dois fundos de garantia de crédito para o apoio a Pequenas e Médias Empresas (PME´s) da cadeia de valor do sector de agronegócio, no valor global de 250 milhões de Meticais. A linha tem estado a viabilizar pequenos projectos mas com grande impacto social (geração do auto-emprego e auto-suficiência), “criando uma classe de pequenos empreendedores locais que gradualmente se vão organizando para assegurar o abastecimento aos seus mercados com a produção local” .
No segmento das operações da banca de investimento, o banco diz ter registado um desempenho satisfatório na busca de soluções de financiamentos a projectos infra-estruturantes do sector de energia e de oil&gas, tendo mobilizado 262 milhões de USD para o financiamento a projectos de empresas públicas que operam nos sectores acima referidos. E suma, o BNI diz que está saudável e recomenda-se. (Carta)