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quarta-feira, 29 janeiro 2020 04:26

SERNIC volta a apreender quilos de heroína em Mavalane, numa altura em que a droga flagrada em Cabo Delgado é vendida aos “poucos”

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) chamou a imprensa esta terça-feira, 28, em Maputo, para informar que prendeu quatro indivíduos há dias, sendo uma mulher flagrada no Aeroporto de Mavalane transportando dois quilos de heroína e três indivíduos relacionados com o pacote apreendido. Segundo o SERNIC, dos detidos três são nacionais e um estrangeiro de nacionalidade nigeriana.

 

Leonardo Simbine, Porta-voz do SERNIC disse que a droga se encontrava dissimulada no fundo de uma mala e que a apreensão foi fruto de aturadas investigações. Entretanto, de fontes policiais, “Carta” apurou que os mais de 430kg de heroína e ice apreendidos em Dezembro numa embarcação paquistanesa ao largo da Baía de Pemba têm sido vendidos em quantidades ínfimas por alguns oficiais a preços que partem de 5 a 20 mil Meticais por grama.

 

O esquema que envolve diferentes indivíduos sediados em Cabo Delgado, Nampula e Maputo vem alimentando as diferentes redes de tráfico que recebem drogas provenientes de Afeganistão e Paquistão e, posteriormente, circulam por Tanzânia, Moçambique e Quénia, tendo como principais destinos África do Sul, alguns países da Europa, Ásia e América.

 

Relacionado com o tráfico de drogas encontram-se detidos em Cabo Delgado, desde 14 e 24 de Dezembro de 2019, 12 iranianos, sendo neste momento 10 e 13 paquistaneses. O grupo de iranianos incendiou a embarcação do modelo Dhow, e, de acordo com fontes envolvidas na operação, na embarcação eram transportadas mais de 1500kg de heroína, uma informação que viria a ser confirmada por Domingos Jofane, Director-geral do SERNIC.

 

Uma situação que ocorreu esta semana relacionada com o tráfico de drogas tem a ver com a extradição de Tanveer Ahmed Allah que, voluntariamente, decidiu não recorrer da decisão do Tribunal Supremo que em Maio do ano passado sentenciou o pedido do governo das terras do “Tio Sam” em julgá-lo naquele país, concretamente, no Estado de Texas, nos Estados Unidos da América (EUA) pelos crimes de tráfico de drogas.

 

De fontes próximas do processo, a mudança de decisão do ora acusado traz consigo várias interpretações, entre elas delatar os outros envolvidos ou o funcionamento do esquema que produz mais de 300 milhões de USD anuais e beneficiar-se da redução da pena. (M. A., P.M. & O.O.)

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