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sexta-feira, 22 novembro 2019 06:18

Dívidas Ocultas: “Chopstick” queria abrir banco

O julgamento que decorre no Tribunal de Brooklyn, no Estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), desde o passado dia 15 de Outubro, tem sido rico em novidades, algumas detonadas pelas testemunhas e outras pelo único réu do processo, o libanês Jean Boustani.

 

Esta quarta-feira, terceiro dia da audição do executivo da Privinvest, Jean Boustani revelou as identidades das alcunhas que constam da lista de pagamento de subornos da Privinvest, os valores que cada um deles recebeu e onde cada um ia aplicá-los.

 

 

Para além de ter revelado que “Nuy: 1” era Filipe Jacinto Nyusi, que recebeu 1 milhão de USD para apoiar a sua campanha eleitoral, em 2014, Boustani afirmou que “Chopstick”, como é identificado Manuel Chang, então Ministro das Finanças e avalista das “dívidas ocultas”, no valor de 2.1 mil milhões de USD, recebeu 5 milhões, dos 7 milhões de USD que estavam previstos e o valor estava destinado à campanha eleitoral (para o cargo de deputado) e para a obtenção de uma licença para abrir o seu banco.

 

Em Moçambique, o capital social mínimo exigido para a abertura de um banco é de 170 milhões de Mts e, ao câmbio de 30 Mts, que vigorava na altura, “Chopstick” só necessitaria de mais 20 milhões de Mts para concretizar o seu sonho.

 

Por seu turno, o indivíduo identificado por “Prof: 1”, que segundo Boustani é o professor António [Manuel Renato] Matusse, que recebeu 1 milhão de USD e queria investi-los em uma empresa de rubis.

 

António Carlos do Rosário, oficial do SISE, encaixou 15 milhões de USD para aplicá-los no seu projecto imobiliário, em Maputo, enquanto Gregório Leão, então Director do SISE, recebeu 13 milhões de USD, com o argumento de que queria apoiar os serviços secretos.

 

Já o código “A: 4” é referente ao partido Frelimo que, segundo o libanês, recebeu 4 milhões de USD para apoiar a campanha eleitoral, uma informação que contraria a apresentada pelo agente do FBI, Jonathan Polonitza, no décimo dia de julgamento de Jean Boustani, de que o partido no poder recebeu 10 milhões de USD. (Carta)

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