Na sequência, os quatro indivíduos foram exigidos a licença de autorização de exploração de recursos florestais, documento que não foi apresentado. Preocupados com o facto, estes tentaram subornar os fiscais com 500 Mts, quantia que viria a ser recusada. Em seguida, os fiscais detiveram os furtivos e levaram-nos ao Posto de Fiscalização. Já no local, os visados pediram falar com o seu responsável ou mandante de nome Artur Vasco Jambo.
Na ligação feita pelos indivíduos, os fiscais pediram que Jambo fosse ao Posto de Fiscalização com as respectivas licenças e documentação legal para o corte e o Tenente-Coronel disse que iria ao encontro dos fiscais para lhes dar dinheiro e desligou o telefone. Chegado ao Posto de Fiscalização, para além de estar embriagado, o mesmo tentou subornar os fiscais com um valor estimado em 12 mil Mts, o que não aconteceu. Na ocasião, contam as fontes, tentou ameaçar os fiscais com uma pistola do tipo Makarov e sem registo e, não tendo tido sucesso, colocou-se em fuga, mas acabou embatendo numa árvore, o que facilitou a sua recolha às celas.
Entretanto, conforme apurámos, o Tenente-Coronel Artur Vasco Jambo, pertencente ao Batalhão Trovoada das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), pagou, a 11 de Dezembro de 2018, 395 mil Mts e foi restituído à liberdade, após o Juiz ter recusado o primeiro pedido. Na semana finda, o visado foi condenado a 12 anos de prisão efectiva.
Outro facto relacionado com Artur Vasco Jambo, conforme “Carta” apurou de fontes reputadas e próximas ao processo, é que o acusado é proprietário das bombas de abastecimento de combustível, sediadas na região de Nhamapdza, no distrito de Marínguè, na província de Sofala, onde a 29 de Julho de 2016 terá sido raptado o empresário português Américo Sebastião.
À data dos factos, mais de 160 mil Mts foram sacados das contas do empresário, agora em parte incerta. A situação, que azedou as relações entre Moçambique e Portugal, está, actualmente, a ser tratada ao mais alto nível, porém, ainda são escassas as explicações, estando a esposa do desaparecido, Salomé Sebastião, a recorrer a todas as vias, incluindo os meios de comunicação social.
No entanto, fontes que preferiram falar em anonimato à nossa reportagem, dizem que se houvesse interesse em desvendar o caso, as autoridades poderiam começar a investigação a partir do proprietário das bombas de combustível, onde terá sido raptado o empresário português, uma vez que a “conduta criminosa do visado” é conhecida pelas autoridades judiciais moçambicanas. (Omardine Omar)