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quinta-feira, 06 dezembro 2018 08:42

Populares decapitam dois insurgentes e exibem um braço humano

Populares de Nangade decapitaram ontem dois insurgentes e levaram o braço de um deles para aldeia-sede da localidade de Litingina, exibindo-o junto da casa da família do insurgente abatido. Em retaliação, também destruíram 17 casas de alegados familiares dos insurgentes e daqueles que suspeitam pertencerem aos grupos rebeldes. A situação está tensa. Hoje, quinta feira, a caça popular aos insurgentes vai continuar.

Ontem, populares das aldeias Lilongo, Chicuaia, Nkonga, Machava e Litingina, maioritariamente homens, comunicando por celulares, desceram à zona baixa da Lagoa Nangade, à busca de vestígios dos insurgentes após tomarem conhecimento de que, depois do ataque a aldeia Lilongo às 2 horas da manhã desta quarta-feira, os atacantes refugiaram-se naquele lugar.

Os insurgentes, em número desconhecido, haviam destruído 60 casas de construção precária em Lilongo. Não houve vítimas humanas. Os residentes, através dos seus mecanismos de alerta, fugiram antes da chegada dos insurgentes. Mas no assalto, os populares perderam produtos alimentares, roupa e animais.

A caça aos homens começou por volta das 4 horas da madrugada desta quarta-feira, duas horas depois do ataque. Homens munidos de catanas, enxadas, facas e machados desceram a zona baixa do distrito de Nangade, onde se suspeita que os insurgentes terão montado lá um acampamento. A investida popular culminou com a captura de dois homens, supostos integrantes do grupo que efetua os ataques na região. Desta vez, os populares não entregaram os homens à Policia. Decidiram-se pela sua execução a sangue frio. Os dois foram decapitados pelos populares à semelhança do que tem feito com as suas vítimas. Sete insurgentes foram avistados  puseram-se em fuga. 

Segundo “Carta” apurou no terreno, um dos insurgentes decapitados, chamava-se Fazil Chungu, e era natural da aldeia Litingina, distrito de Nangade. Integrante do grupo dos insurgentes desde o princípio da insurgência, ele era suspeito de ser o guia das incursões assassinas. Na exibição do braço decapitado estiveram presentes muitas crianças. Após o ataque de quarta feira à Lilongo, circulavam informações na vila sede de Nangade dando conta da sobre presença de pessoas estranhas junto do acampamento de produtores da Lagoa Nangade, suspeitando-se que eram integrantes dos insurgentes.

Os ataques às aldeias recônditas de Nangade, Macomia, Mocímboa da Praia e Palma, em Cabo Delgado, passaram a fazer parte da rotina dos habitantes locais. Na quarta feira, por volta das 19 horas, os centros de pesca de Loki e Canambwi, frequentado pelos pescadores de algumas comunidades do posto administrativo de Olumbi, distrito de Palma, foram visitados pelos insurgentes, mas não houve vítimas. Os pescadores já  tinham se apercebido de que uma ameaça de ataque pairava no ar. Há relatos segundo os quais três pescadores terão escapado de um ataque dos malfeitores na madrugada de terça feira, tendo passado a noite toda nas matas e regressado à aldeia do Olumbi na manhã seguinte.

Na manhã desta terça, na zona de Pundanhar, um posto administrativo do distrito de Palma, um jovem foi decapitado pelos insurgentes. Segundo fontes de “Carta”, dois jovens que viajavam em motorizadas de Pundanhar em direcção ao Rovuma foram emboscados por dois homens trajados de fardamento militar, munidos de pastas nas costas e catanas. O incidente deu-se por volta das 8 horas desta terça-feira. Um dos jovens conseguiu escapar do atentado e outro jovem foi decapitado e o corpo abandonado no local. Mais tarde viria a ser encontrado por populares e sepultado. O troço Pundanhar ate o Rovuma é de pelo menos 40 km. (Saíde Abibo)

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