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segunda-feira, 09 setembro 2019 06:23

Nyusi exigiu e PGR obedeceu: Ministério Público já tem acusação definitiva contra Jornalista Amade Abubacar

 A procuradoria de Cabo Delgado decidiu remeter na quinta-feira, 6 de Setembro, a acusação definitiva contra o jornalista do Instituto de Comunicação Social (ICS) e correspondente da Carta de Moçambique em Cabo Delgado, Amade Abubacar, detido pela Polícia da República de Moçambique na vila de Macomia, quando entrevistava deslocados de guerra que chegavam àquele local.

 

A acusação definitiva quase não difere da anterior, teve pequenas alterações, mas o teor continua basicamente o mesmo: Amade é acusado de “instigação à desobediência colectiva, injúria contra força pública, associação para delinquir, crime contra a ordem e tranquilidade públicas”, usando uma conta de Facebook denominada Shakira Letícia Júnior que ele, entretanto, investigou e denunciou aqui nestas páginas (assinando com o pseudónimo de Saide Abibo).

 

 

O Ministério Público alega que todas as vezes que o jornalista se deslocava para diferentes distritos na cobertura de eventos ou seminários de capacitação, supostamente sem o consentimento do ICS, ele promovia encontros com os “insurgentes” e partilhava informações.

 

Na acusação, na posse da "Carta", a procuradoria de Cabo Delgado suporta-se basicamente de declarações de colegas de Amade, nomeadamente: o seu delegado provincial, Paulo Daniel Kazimoto, Sadique Abudo (assessor do delegado) e de colegas jornalistas da rádio, nomeadamente Sorte Emílio Artur (actual coordenador, cargo anteriormente ocupado por Amade), Arlindo Victorino e Matilde Tadeu.

 

Assinada pelo procurador Rodrigo Mungwambe, de Pemba a acusação também suporta-se de declarações de figuras políticas do Partido Frelimo e do Estado, em Macomia, designadamente Joaquina Nordine (então administradora do Distrito) e Félix Adelino (antigo Secretário Permanente Distrital). Também são testemunhas da acusação, Ramos Amade, secretário da Frelimo do Bairro Nanga B,  e Magido Abdala, professor em Nangade. A defesa tem cinco dias para dizer se pronunciar em torno desta acusação. (Carta)

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