Na verdade, o evento, do último fim-de-semana, serviu para confirmar alguns nomes que vinham sendo ventilados, porém, não deixou de trazer algumas surpresas. Entre as confirmações, figuram os nomes de Manuel De Araújo, Ricardo Tomás, António Muchanga e Alfredo Magumisse, candidatos a Governadores das províncias da Zambézia, Tete, Maputo e Manica, respectivamente.
Lembre-se que é eleito Governador de província, o cabeça-de-lista do partido vencedor na eleição provincial, na sequência da revisão pontual da Constituição da República (CR), que introduziu os princípios da descentralização, criando condições legais para eleição, pela primeira vez, dos Governadores provinciais, anteriormente nomeados pelo Presidente da República.
Tal como era esperado, Manuel De Araújo, actual Edil de Quelimane, eleito nas eleições autárquicas havidas no ano passado, 2018, pela Renamo, volta a encabeçar uma nova lista daquela formação política, desta vez, dos candidatos a membros da Assembleia Provincial da Zambézia.
Entretanto, apesar de o seu nome, há muito, ter figurado entre os elegíveis a encabeçar a lista naquela província, o processo que culminou com a sua eleição não foi, de todo, pacífico, visto que, durante o processo de eleição, a sua candidatura foi retirada sem qualquer comunicação prévia.
O “mal-entendido” só foi resolvido graças à pronta e benevolente intervenção do Presidente do partido, Ossufo Momade, que ordenou a sua recolocação no escrutínio.
Na corrida ao topo da lista, a nível daquela província, disputaram com De Araújo, o actual deputado e porta-voz do partido, José Manteigas, e a também deputada Maria Inês.
Ricardo Tomás, deputado da Assembleia da República, eleito pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), vai encabeçar a lista da Renamo na província de Tete, onde, nas eleições autárquicas, concorreu à presidência do município de Tete.
O ainda deputado do “Galo” luta, sabe-se, contra um processo de perda de mandato no Parlamento, movido pela bancada do MDM, alegadamente, por ter encabeçado a lista da Renamo nas últimas eleições autárquicas.
António Muchanga é outro nome que já vinha sendo ventilado como candidato a Governador da província de Maputo. Depois de ter concorrido à presidência do município da Matola, numa eleição cujo resultado até hoje é questionado, o actual deputado vai encabeçar a lista do seu partido, para a Assembleia Provincial daquela parcela do país.
Para o efeito, António Muchanga teve de derrotar Albertina Matável e José Samo Gudo, este último, também deputado da Assembleia da República.
Alfredo Magumisse, porta-voz da Comissão Política, é o homem escolhido para lutar pelo posto de Governador da província de Manica, num escrutínio que terminou com uma marcha de saudação vigorosa à sua candidatura.
Entre as novidades, pontifica Noé Marimbique, que vai encabeçar a lista da Renamo para a província de Sofala. Marimbique ascendeu ao topo da lista do maior partido da oposição depois de os três candidatos, que com ele disputaram o posto, entre os quais Elias Dhlakama, irmão do falecido líder histórico do partido, terem desistido da corrida.
Elias Dhlakama, que era apontado, já há algum tempo, como o provável candidato a Governador, disse a jornalistas que declinou a proposta, alegadamente, por ter sido “surpreendido” e, por essa via, não ter tido tempo suficiente para se preparar para tal desafio.
Para a província de Nampula, a Renamo escolheu como cabeça-de-lista para a eleição provincial o também deputado Luís Mucupeia. No escrutínio interno, o antigo director da Electricidade de Moçambique (EDM), no maior circulo eleitoral do país, derrotou Maria Anastácia Xavier.
Por sua vez, o deputado Hilário Waite vai encabeçar a lista da Renamo ao nível da província de Niassa. Para as províncias de Cabo Delgado, Inhambane e Gaza, a Renamo escolheu, obedecendo à sequência, Ângela Maria Eduardo, Daniel Machamale e Mouzinho Gama.
Refira-se que as Eleições Provinciais vão decorrer, em simultâneo, com as presidenciais, sendo que, até aqui, estão inscritos Filipe Nyusi (Frelimo), Ossufo Momade (Renamo) e Daviz Simango (MDM), e as legislativas, convencionadas para eleição dos deputados da AR. (Ilódio Bata)