Falta apenas um membro para completar o Governo de Daniel Francisco Chapo, o primeiro a não contar com a figura de Vice-Ministro, uma posição de acomodação criada pela Frelimo para albergar e prestar favores à pesada máquina partidária. Trata-se do Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, cujo nome ainda não foi divulgado.
Como em outras épocas, a chegada de um novo Chefe de Estado é também um momento de realização de mudanças, com saídas e entradas no Conselho de Ministros, uma acção que se replica também a nível dos Ministérios, Institutos e Fundos públicos.
Até ao momento, Daniel Chapo anunciou e empossou 19 membros do Governo, entre eles a Primeira-Ministra e 18 ministros. Dos nomeados e empossados, apenas dois transitam do Executivo de Filipe Jacinto Nyusi, nomeadamente, Cristóvão Chume e Nyeleti Mondlane, que lideravam, respectivamente, as áreas da Defesa Nacional e do Género, Criança e Acção Social.
No novo Governo, Cristóvão Artur Chume, um major-general das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), continua a liderar a pasta da Defesa Nacional, enquanto a filha de Eduardo Chivambo Mondlane deverá gerir os dossiers dos combatentes.
Igualmente, transitam da administração de Filipe Nyusi, mas como “auxiliares”, Inocêncio Impissa e Carla Louveira, que desempenhavam as funções de vice-ministro. Sublinhe-se que, em Moçambique, apenas os Ministros são membros do Governo, pelo que Impissa e Louveira, que juntos trabalharam em vários dossiers da Tabela Salarial Única (TSU), não eram considerados membros do Governo.
Assim, retirando os dois sobreviventes do Governo de Filipe Nyusi e os dois promovidos a membros do Conselho de Ministros, os restantes membros do Executivo são novos, sendo que a Primeira-Ministra, Maria Benvinda Levi, regressa a uma casa já conhecida. Lembre-se que Benvinda Levi foi Ministra da Justiça entre 2008 e 2015, tendo desempenhado o cargo de Conselheira do Presidente da República entre 2015 e 2020.
Nyusi começou mandato com seis Ministros de Guebuza
No entanto, recuando para 2015, ano da investidura de Filipe Nyusi como quarto Chefe de Estado, nota-se que Daniel Chapo manteve poucos ministros do seu antecessor que Filipe Nyusi quando recebeu as pastas de Armando Guebuza.
O primeiro Governo de Filipe Jacinto Nyusi contou com a presença de seis ministros que transitaram do Executivo de Armando Emílio Guebuza. Trata-se de Vitória Diogo, Carmelita Namashulua, Oldemiro Baloi (já falecido), Adelaide Amurane, José Pacheco e Agostinho Mondlane. Contou ainda com um vice-ministro (Alberto Nkutumula) e uma Governadora Provincial (Cidália Chaúque).
Vitória Diogo, que desempenhou as funções de Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social entre 2015 e 2020, ocupava o cargo de Ministra da Função Pública durante o Governo de Guebuza. Carmelita Namashulua desempenhava as funções de Ministra da Administração Estatal, funções que manteve no primeiro Governo de Filipe Nyusi.
Quem também manteve o mesmo cargo foi Oldemiro Baloi, que ocupou o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação nos Governos de Armando Guebuza e Filipe Nyusi. Cenário idêntico verificou-se com Alberto Mondlane e José Pacheco, que mantiveram os cargos de Ministro da Defesa Nacional e da Agricultura, que vinham ocupando no Governo de Guebuza.
Já Adelaide Amurane ocupou o cargo de Ministra na Presidência para Assuntos da Casa Civil, no Governo de Nyusi, depois de ter desempenhado as funções de Ministra na Presidência para Assuntos Parlamentares e das Assembleias Provinciais (já extinto), no último Governo de Guebuza.
Alberto Nkutumula, que foi promovido ao cargo de Ministro da Juventude e Desportos por Filipe Jacinto Nyusi, era vice-ministro da Justiça, no último Governo de Armando Guebuza, enquanto Cidália Chaúque, que foi promovida a Ministra do Género, Criança e Acção Social era Governadora da província de Nampula. (A. Maolela)