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terça-feira, 14 janeiro 2025 07:38

Novo Parlamento: “Somos uma bancada democrática, não há imposições” – Carlos Tembe

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Já está investida de poderes a nova Assembleia da República, constituída por 171 deputados da Frelimo, 43 do PODEMOS, 28 da Renamo e oito do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), em representação de mais de 33 milhões de moçambicanos. Um total de 210 deputados formaram, ontem, o quórum suficiente para que o Presidente da República dirigisse a cerimónia de investidura do novo Parlamento.

 

O PODEMOS, o mais novo inquilino do Parlamento moçambicano, defende que o seu mandato – que ontem iniciou – será marcado pela liberdade de voto dos seus deputados e não por imposições. A garantia foi dada pelo deputado Carlos Tembe, em entrevista aos jornalistas, na sequência da apresentação de duas candidaturas daquela formação política à presidência do Parlamento, algo inédito na democracia moçambicana.

 

Lembre-se que Carlos Tembe e Fernando Jone, do PODEMOS, disputaram a presidência da Assembleia da República com a Margarida Talapa, da Frelimo. Com toda naturalidade, a ex-Ministra do Trabalho e Segurança Social foi eleita com 169 votos, contra 32 conseguidos por Carlos Tembe e sete obtidos por Fernando Jone.

 

“Somos democratas e abrimos espaço para se concorrer e eu concorria na qualidade da primeira figura cabeça-de-lista em Maputo e o meu colega quis concorrer e nós deixamos que fosse um exercício público, também para darmos uma pedagogia da liberdade de escolha”, explica Tembe, em relação ao momento que inaugurou a estreia do PODEMOS no Parlamento.

 

“Então, o povo moçambicano vai perceber que esta é uma bancada democrática. Não há aqui indicações de imposições. Não significa que não haja disciplina partidária, mas queríamos mostrar que estamos a trazer uma juventude que pensa, com uma consciência de poder escolher aquilo que quer. Ninguém vai amarar a nossa bancada. Terá que haver consciência de poder negar aquilo que não acreditar e votar naquilo que eu acreditar”, assegurou a fonte.

 

Segundo Carlos Tembe, o PODEMOS tomou posse esta segunda-feira como forma de mostrar à sociedade a juventude que leva ao Parlamento. Disse ainda ter tomado posse por ser um acto de responsabilidade, até porque “os nossos assentos são verdadeiros”.

 

“Sentamos e avaliamos se tomávamos posse hoje ou não, mas depois vimos as vantagens. Tomando posse hoje, queríamos que o povo moçambicano visse esta juventude. Esta é uma bancada jovem e vários jovens lá fora estão a reivindicar pelos seus direitos ao emprego, educação… então, nós temos consciência de que estes é que vão defender. A maioria vem dos distritos, não há elites aqui. São pessoas que saem de zonas recônditas. Portanto, ao tomar posse é também um compromisso com aquilo que prometemos ao povo para que a Constituição da República seja cumprida”, argumentou.

 

No entanto, apesar dos deputados do PODEMOS terem tomado posse contra a vontade do candidato presidencial Venâncio Mondlane, considerado obreiro dos resultados eleitorais daquela formação política, Tembe garante que “esta bancada é de Venâncio Mondlane”.

 

“Lutou por esta bancada. Não é uma pessoa a margem desta bancada. Depois desta tomada de posse, vamos sentar com ele. Os valores e princípios que Venâncio Mondlane defende são os mesmos que o PODEMOS defende, por isso, levaremos o combate de Venâncio Mondlane para aqui dentro”, garantiu Carlos Tembe, assegurando ainda que o político terá o direito de escolher os assessores daquela bancada parlamentar.

 

Referir que a Assembleia da República volta a reunir-se dentro de dias para a eleição dos Vice-Presidentes do Parlamento, membros da Comissão Permanente e dos membros das Comissões de Trabalho. (A. Maolela)

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