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terça-feira, 17 dezembro 2024 06:54

Eleições 2024: Delegações sul-africana e moçambicana debatem hoje instabilidade no país

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Delegações de alto nível da África do Sul e de Moçambique reúnem-se hoje em Malelane, na província sul-africana de Mpumalanga, para debater “a atual situação de instabilidade em Moçambique". A realização do encontro, anunciado terça-feira pelas autoridades sul-africanas, e confirmado pelo Governo moçambicano, foi justificado à Lusa por Chrispin Phiri, porta-voz do ministro da Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul. “O encontro acontece devido a vários desafios que estamos a enfrentar”, disse Chrispin Phiri sem avançar detalhes.

 

De acordo com o porta-voz ministerial, a delegação sul-africana será liderada pelo chefe da diplomacia da África do Sul, Ronald Lamola, e integrará responsáveis dos Ministérios da Defesa, do Interior e do Comércio e Indústria, bem como da Polícia e dos Transportes, assim como da Autoridade Tributária (SARS, na sigla em inglês) e da Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA, na sigla em inglês).

 

Do lado moçambicano, não é conhecida a composição da delegação, mas sabe-se que será chefiada pela Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo Dhlovo, que representará as áreas congéneres do país vizinho, visando o encontro “abordar os desafios em Moçambique”.

 

O porta-voz ministerial sul-africano considerou que “a actual situação de instabilidade em Moçambique exige consultas adicionais para além das recentes conversações bilaterais sobre a situação de fronteira” entre os dois países.

 

Moçambique vive desde 21 de outubro sucessivas paralisações e manifestações de contestação dos resultados das eleições gerais de 09 de outubro, protestos que têm culminado com confrontos entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e os manifestantes, liderados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

 

As paralisações têm afectado as trocas comerciais entre os dois países, sobretudo no transporte do ferro crómio (um negócio bilionário) e produtos alimentares, com o bloqueio da fronteira de Ressano Garcia e de estradas pelos manifestantes.

 

Pelo menos 130 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, segundo balanço avançado, nesta semana, pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, que aponta ainda 385 pessoas baleadas.

 

O candidato presidencial Venâncio Mondlane disse, na segunda-feira, que a proclamação dos resultados das eleições gerais pelo CC, previsivelmente em 23 de dezembro, vai determinar se Moçambique “avança para a paz ou para o caos”. (Lusa/Carta)

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