Com quase 24 horas de atraso, relativamente a data e hora inicialmente agendadas, o Presidente do PODEMOS, partido que suporta a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, apresentou, esta terça-feira, a sua proposta de soluções à actual crise pós-eleitoral, caracterizada pelas manifestações populares, em repúdio aos resultados das eleições de 09 de Outubro, que aponta uma vitória da Frelimo e seu candidato com mais de 70% dos votos.
Em conferência de imprensa concedida no final da manhã de hoje, Forquilha defendeu que a solução da actual crise política passa, primeiro, por identificar o problema que, na concepção do seu partido, está na "sonegação da democracia e na fraude eleitoral".
Segundo Forquilha, é necessário que o Conselho Constitucional confronte as actas e editais entregues pelos partidos políticos com os documentos submetidos pelos órgãos eleitorais e, na impossibilidade de chegar à verdade eleitoral, realizar uma auditoria forense ao processo eleitoral, na qual é preciso responsabilizar, de forma clara, os responsáveis pela fraude.
O Presidente do PODEMOS afirma que não se pode invalidar o processo sem que se avance as razões e muito menos se responsabilizar os autores da fraude. Aliás, o político entende que, resolvendo este problema, é possível cessar-se as manifestações populares, pois, estas foram convocadas em protesto aos resultados das eleições presidenciais, legislativas e provinciais de 09 de Outubro. O político classifica as manifestações como um acto de pressão.
Para além de identificar o problema, Albino Forquilha defende a definição de princípios de diálogo político que passam, necessariamente, por reconhecer que todos "somos moçambicanos" e que a solução dos problemas passa por "todos nós". Igualmente, é preciso que as soluções não sejam apresentadas para o benefício deste ou daquele partido, mas do país.
Forquilha afirma ainda que é preciso identificar os actores relevantes do problema, que são a Frelimo e o Governo, enquanto responsáveis pela fraude, e o PODEMOS e o candidato presidencial Venâncio Mondlane, na qualidade de vítimas. Noutro estágio, explicou, o diálogo deverá incluir outros actores estratégicos, que são os partidos políticos e organizações da sociedade civil, incluindo organizações profissionais.
Em relação ao diálogo político entre o Presidente da República e os candidatos presidenciais, cuja primeira ronda falhou na última terça-feira, o Presidente do PODEMOS entende ainda não haver condições para a sua realização, uma vez que ainda não foram extinguidos os processos que pesam sobre Venâncio Mondlane e muito menos foram dadas as garantias de segurança ao candidato para que este regresse ao país. Aliás, revela já haver "linhas de contactos" para realização do diálogo entre o PR e os candidatos.