Residentes da vila de Macomia, em Cabo Delgado, relatam estar em curso, desde o passado dia 28 de Julho, uma operação militar em zonas onde se acredita haver novas bases dos terroristas, concretamente nos postos administrativos de Mucojo e Quiterajo.
Os residentes não têm dúvidas de que a operação esteja a ser liderada pelas forças do Ruanda recentemente posicionadas em Macomia, ao lado das Forças de Defesa e Segurança do país, uma iniciativa que visa desmantelar as bases fixas naquela região.
Refira-se que foi para Mucojo e Quiterajo onde os terroristas levaram mais de dez viaturas e diversos produtos alimentares saqueados no passado dia 10 de Maio, quando atacaram a vila sede do distrito de Macomia.
Fontes a partir da vila de Macomia disseram à "Carta" que na ofensiva estão a ser usados dois helicópteros para bombardear as zonas que se acredita serem novas bases fixas dos terroristas. Os postos administrativos de Mucojo e Quiterajo que, nos últimos meses registaram o regresso de algumas famílias, passaram a ser áreas de influência terrorista onde, para além de manter contactos, igualmente dirigem palestras sobre as regras do Islão.
"A coisa está muito quente lá. Desde a última noite e hoje (quinta-feira) de manhã chegaram pessoas vindas de Mucojo porque a zona está sob fogo cruzado. Os homens de Kagame não querem brincadeiras [...] um helicóptero está a sobrevoar e os terroristas estão a tentar juntar-se com a população", disse um residente local.
"Estamos a ouvir que há ordens para que as pessoas regressem à vila de Macomia. Há três/quatro dias que helicópteros de guerra estão lá em Mucojo e Quiterajo", revelou à "Carta" mais um residente.
Até ao momento, as fontes não avançam danos, mas avançam que os helicópteros, um dos quais opera de Quiterajo em direcção a Mocímboa da Praia, estão a fazer trabalho sério. Refira-se que, desde semana passada, outros grupos de terroristas foram vistos a circular nas aldeias Cagembe, Tapara e Bilibiza, distrito de Quissanga e Ntutupue em Ancuabe. (Carta)