Se a directiva da Frelimo para a eleição do seu candidato presidencial incluir o critério do “passado limpo”, como foi proposto ontem, então é fundamental que isso seja definido com clareza.
Quais são os indicadores de “passado limpo”?
O que é que está dentro da noção de “limpo” para este contexto específico?
A discussão da directiva teve lugar ontem, à porta fechada, de acordo com a Porta-voz Ludmila Maguni, num “briefing” no fim da manhã de hoje. “Houve muitas contribuições sobre o perfil do candidato”. Um documento (a directiva) foi aprovado ontem, mas a Comissão Política poderá acrescentar alguns pontos.
Não sabemos se o critério do “passado limpo” foi aceite e aprovado. Se foi, é esperado que o mesmo tenha indicadores claros e objectivos.
Vamos lá tentar elencar alguns possíveis indicadores, dado que seus proponentes não “descontraíram” a noção, o que seria necessário para exibir os seus componentes, conferindo objectividade na proposta.
Então, o que é mesmo passado limpo?
É não ter cadastro criminal?
É não ter sido mencionado em escândalos de corrupção, tráfico de influências, corrupção manipulação do procurement, conflito de interesses, enfim, todos aqueles malefícios abomináveis na esfera pública e sua ética?
O que é mesmo?
É não ter sido mencionado em relatórios de investigação como estando envolvido em negócios que violaram a legislação, como no caso da exportação de madeira não processada?
É não ter negócios ou interesses empresariais em Ministério que dirigiu no passado?
É não ter promovido pseudo-parcerias público-privadas impactando negativamente no ambiente de negócios?