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quinta-feira, 21 setembro 2023 04:59

EDM diz que dívida do Ministério da Defesa é de cobrança difícil

Quase 30 por cento da energia gerada pela empresa pública de electricidade de Moçambique, EDM, em 2022 foi exportada para o mercado regional, numa altura em que o governo pretende transformar o país numa potência regional.

 

De acordo com o relatório e contas da empresa, a eletricidade gerada em 2022 ascendeu a 8.146 GigaWatt-hora (GWh), um aumento de seis por cento face a 2021, e deste total 1.730 GWh foram exportados para países vizinhos, mais cinco por cento do que ano passado.

 

“O peso das exportações de electricidade da EDM, fornecida a outras empresas ou consumidores que operam nos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), abrangidos pelos acordos do mercado energético da África Austral, totalizou 27 por cento do total de 2022”, lê-se no documento, acrescentando que “o excedente de energia disponível em momentos de baixo consumo é otimizado através de acordos bilaterais de exportação para o mercado regional”.

 

A empresa explica ainda que “maximizar a disponibilidade dos 150 megawatts não firmes adicionais do Aproveitamento Hidroeléctrico de Cahora Bassa, na província central de Tete, em momentos de baixa procura nacional, contribuiu para o aumento de cinco por cento das exportações face a 2021”.

 

Em termos de procura, a energia total faturada aumentou sete por cento face ao mesmo período de 2021, para 6.350 GWh. Assim, tendo em conta a produção total de 8.146 GWh em 2022, mais de 20 por cento da electricidade produzida pela EDM não foi facturada pela empresa.

 

O relatório identifica ainda vários constrangimentos que estão a impactar a operação da empresa, como as “elevadas dívidas das instituições do Estado”, sobretudo nas áreas do abastecimento de água e da saúde, mas também a “dificuldade na cobrança da dívida do Ministério da Defesa”. 

 

Reconhece também que a “falta de fundos para aquisição de equipamentos de manutenção e contadores, a fraca recuperação da dívida retroactiva de energia, resulta no crescimento exponencial da dívida no sistema”.

 

Segundo a EDM, dos 2.075 MW de capacidade instalada no Aproveitamento Hidroeléctrico de Cahora Bassa, "apenas 650 MW estão disponíveis para o mercado nacional, o que nos obrigou a recorrer à caríssima energia dos Produtores Independentes de Energia, para responder à crescente demanda que, em 2022, atingirá cerca de 1.044 MW.” Cahora Bassa não é propriedade da EDM, mas é uma empresa pública separada. A maior parte da energia que gera é vendida à África do Sul. (AIM)

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