Uma dezena de membros da Polícia da República de Moçambique amotinou-se esta segunda-feira (04) defronte da Direcção Logística e Finanças do Comando Provincial de Tete para exigir o pagamento de três meses de salários em atraso.
Em entrevista à “Carta”, os lesados disseram que não recebem os seus salários desde Junho, do ano corrente, alegadamente, por problemas no sistema. Disseram ainda não entender o motivo pelo qual lhes é exigido que entreguem novamente os dados bancários e pessoais, para um suposto cadastramento no referido sistema, uma vez que há anos que auferem os seus salários por meio das mesmas contas bancárias.
Falando na condição de anonimato, os lesados revelaram que não se justifica a falta de pagamento de salários durante três meses, sendo que, para a sua sobrevivência, recorrem a empréstimos junto de agiotas ou à angariação de apoios a pessoas de boa-fé.
"Não está fácil viver assim. Vivemos em casas arrendadas, temos filhos nos institutos, alimentação em casa e outras despesas. Entretanto, sem salário, é praticamente complicado", disse um dos membros, pedindo esclarecimentos a quem de direito, pois, na sua versão, a Direcção de Logística e Finanças de Tete já esgotou as suas promessas.
Refira-se que maior parte dos que exigem os seus salários vem dos distritos e, devido à falta de fundos, não conseguem pagar transporte para regressar aos seus postos de trabalho.
Entretanto, contactado o Porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Tete, Feliciano da Câmara Júnior, este disse tratar-se de um assunto do conhecimento do Presidente da República e do Comando-Geral, tendo ainda garantido averiguar a nível local e pronunciar-se oportunamente.
Refira-se ainda que, dos lesados, há quem durante dois meses (Junho e Julho) recebeu apenas pouco mais de seiscentos meticais na sua conta bancária. (Carta)