O director comercial da Águas da Região Metropolitana de Maputo (AdRMM), Cremildo Miguel, diz que três em cada 10 clientes efectuam ligações clandestinas, causando prejuízos avultados ao Estado. A informação foi avançada ao “Jornal Notícias” nesta quarta-feira.
Em comunicado da AdRMM publicado em Maio último, estima-se em cerca de 25 mil o número de clientes com facturas atrasadas e ligados à rede através de ligações clandestinas. Com esta falcatrua, a empresa regista perdas avaliadas em cerca de 50 milhões de meticais por mês, tendo que arcar com os custos e impostos derivados da falta de pagamento regular de facturas.
A AdRMM diz que o consumo ilegal de água continua a ser uma das maiores preocupações e denuncia a existência de clientes que abastecem o precioso líquido aos camiões cisternas e vendem em zonas onde a entidade não presta serviços e, por vezes, para o enchimento de piscinas.
Os casos mais gritantes dessa prática registam-se na Matola-Rio e Cidade da Matola onde ocorre a vandalização do equipamento à calada da noite, com o rompimento de tubagem para abastecer os camiões, aproveitando-se da pressão da água neste período.
Face à situação, a empresa está a desencadear uma campanha de cortes aos clientes com dívidas nos bairros acima referidos, abrangendo Boane, cidade de Maputo e outros bairros da Matola.
“Temos estado a registar casos em que cortamos de manhã e no fim do dia o cliente já fez a religação. Então estamos a optar em remover para garantir que não haja perdas porque esta prática envolve ainda famílias com um rendimento médio e alto e que também usam água clandestina para erguer as suas casas”. (Marta Afonso)